quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PAROU!!! A violência...


Todo o nativo da Guiné sabe que, a violência é problema e não solução. É preciso  parar todo o tipo de violência política, no nosso chão. Não é aceitável, mesmo as praticadas sobre políticos “kamikazes” como algumas vozes têm reclamado. Existe nesse angu, muita meia/verdade. Gostaria de alertar, o fato de não se estar a respeitar o Direito a Imagem que todos temos enquanto, cidadãos. E, claro, repudio toda e qualquer manifestação de violência contra qualquer ser HUMANO! Mesmo quando a ANIMALESCA leveza do ser, toma conta do ethos guineense...

Fui!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Faleceu Desejado Lima da Costa


Ao centro Desejado Lima da Costa na Embaixada da GB no Brasil 

O presidente da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau, Desejado Lima a Costa faleceu hoje no Hospital IPO, de Lisboa com 56 anos de idade. Segundo fontes familiares a razão da morte deve-se a doença de fórum cancerígeno, “os primeiros diagnósticos indicavam para o cancro na medula óssea, embora nos últimos dias os médicos do Instituto Português de Oncologia, falaram-nos na possibilidade de ser algo do gênero leucemia” afirmou a mesma fonte.
Dta. Desejado Lima da Costa e Esq. Dr. António Teixeira 

Desejado Lima da Costa foi locutor na Rádio Difusão Nacional guineense (RDN) foi também diretor de campanha da candidatura do falecido presidente Malam Bacai Sanha em 2005, tendo sido eleito deputado do PAIGC na Assembleia Nacional Popular, nas legislativas de 2008 e desempenhava nos últimos anos a função de presidente da CNE, embora se tenha destacado no meio político guineense enquanto líder sindical, tendo sido durante vários anos presidente da União Nacional dos Trabalhadores Guineenses (UNTG). Desejado Lima da Costa frequentou em 1982 a Escola José Martí em Cuba segundo dados recolhidos no perfil do próprio na página da rede social Facebook.
Embaixadora Eugénia Saldanha ao lado de Desejado Lima da Costa e Assessores

Com enorme consternação e sem poder traduzir os verdadeiros sentimentos que assolam neste momento, aproveito a oportunidade para endereçar as sentidas condolências aos familiares e amigos do Desejado Lima da Costa. Que se a sua alma descanse em Paz!
Desejado Lima da Costa Iº a esquerda/ imagem que guardo da última vez que o vi! 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

15 de Outubro na História no Mundo e na Net



Fonte: Wiki, washington.blog.br, Angola Press

Dia de Santa Teresa d’Ávila e Santa Edwiges
Dia do Professor
Dia Mundial de Lavar as Mãos 
Dia Mundial da Bengala Branca
Dia do Normalista

Há 168 anos (1844), nascia Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, falecido em 1900
Há 197 anos (1815) Napoleão Bonaparte é exilado para a ilha de Santa Helena
Há 430 anos (1582) se dava o primeiro dia do calendário gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII
1097 - Cruzados chegam na cidade de Antioquia da Síria, durante a I Cruzada.
Há 623 anos (1389), morria o Papa Urbano VI, nascido em 1318
1349 - Papa Clemente VI proíbe os flagelantes.
1570 - Nasce João de Barros, chamado o Tito Lívio Português, é geralmente considerado o primeiro grande historiador português.
Há 97 anos (1915), nascia Antônio Houaiss, escritor, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro, falecido em 1999;
Há 95 anos (1917), morria, executada por espionagem, Mata Hari, dançarina neerlandesa, nascida em 1876
1913 - Criação da Diocese de Ilhéus (Baia - Brasil).
1926 - É registrada a passagem de um dos maiores furacões da história de Cuba.
1935 - Morre Arthur Henderson, político escocês, Nobel da Paz.
Há 72 anos (1940) acontecia o lançamento do filme O Grande Ditador, de Charles Chaplin
1947 - Brasil rompe relações com a URSS.
1966 - Nasce Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque.
1970 - A Embraer e a Companhia Telefônica da Espanha assinam convenio para a implantação de um cabo telefônico submarino entre o Brasil e a Espanha.
1990 - Surgimento da MTV Brasil.
Há 5 anos África do Sul vence a Copa do Mundo de Râguebi de 2007

Ordidja –notando

Nasceu neste dia em 2010 este mural de nome: Ordidja

Passaram dois anos e ainda está no ar para contribuir no debate de idéias e na análise dos fatos do Mundo inteiro, sobretudo, aqueles que interessam ao Editor que está no leme. Nem é preciso dizer(escrever)...

Está a olho nu o completo impasse em que se encontra mergulhado a Guiné-Bissau. Diria que, provocado em parte pela última ebulição político-militar. E deixa-me preocupado as  conjeturas que apontam para uma situação política a beira de implosão. Por isso opto  em continuar a escusar cada vontade ou impulso de escrever algo, do tudo o que já foi e está dito,  renunciando posicionar para não falar de "alguém" que se nota de longe que está com falta de política própria e não tem um projeto nacional. 

Partilho da opinião de que é urgente recompor o destino do país, acreditando em pessoas com originalidade, com visão estratégica ampliada e com capacidade de traçar um novo rumo pré-definido, ou seja bem elaborado.  

Queiramos ou não, a corrida do poder pelo poder é a regra e não excepção na democracia guineense. Explique-se: baseando na agenda que foi divulgada pelo governo deposto, no dia 23 de janeiro do corrente ano iria haver uma ampla reforma das FARP. Alguns analistas urdiam até que a "tentativa de golpe" do dia 26 de dezembro de 2011 era consequência da não aceitação de alguns setores nomeadamente a Armada. 

Provavelmente se tivessem respeitado essa agenda/roteiro da reforma dos militares, aí sim, acredito na propalada intenção do CEMFA António Indjai, viver em Dakar, e não estaria na Guiné, para deferir o golpe de Estado do dia 12/04/12.  

É preciso redemocratizar as mentes e torna-se fundamental autogovernar as nossas aspirações, para que os sonhos não se transformem em ilusões cada vez mais pintadas com as cores do passado. Imagine @ leitor@, se o calendário das eleições não tivesse sido alterada, mesmo com a situação imposta pelo falecimento do PR Malam Bacai Sanha. Hoje estaríamos há menos de 1 mês das eleições, e nesta altura sim, faria sentido, queas eleições fossem gerais. Teríamos historicamente o primeiro governo que cumpriria com o mandato legislativo, atribuído pelo Povo. E como legislador preparava um novo caderno eleitoral,  tinha tempo para realizar novo recenseamento, ou seja, ganharia respeito, legitimidade e legalidade para ter como "candidato natural" quem quisesse que fosse. Todos os candidatos teriam tempo hábil/útil para prepararem para as eleições, os parceiros internacionais teriam boa impressão da seriedade do nosso processo democrático. Resumindo haveria mais ganhos do que descalabros nos nossos horizontes.

Lá está, correu-se com muita sede ao pote e jaz, deu no que deu! Hoje a fatura à pagar é muito cara e os bolsos os cofres e as fortunas estão a ficar vazios e o princípio da sobrevivência não vai conseguir atar por muito tempo alguns raciocínios. A mentalidade do Taco é que manda, está  cada vez mais falida, e quando é assim, todos os estímulos para defender alas, bandeira, função, enfim os interesses tornam-se pictóricos. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Crítica


Por: Carlos Hilsdorf



"É preciso sensibilidade para extrair pontos positivos de uma crítica”.
Atente para uma questão muito importante: o fato da intenção da crítica ser construtiva não significa que a pessoa que a fez tenha habilidade em comunicá-la da melhor forma 
Você vem sofrendo muitas críticas? Isso te incomoda?
Despreocupe-se!

Quando desenvolvemos uma competência nos tornamos mais fortes diante da vida e de seus desafios. Dentro do rol das melhores competências que podemos e devemos desenvolver encontramos uma que nitidamente se destaca: a nossa competência em suportar a pressão das críticas. As críticas se dividem em dois grandes grupos: as construtivas e as destrutivas.

Crítica construtiva

Uma crítica é construtiva quando tem por finalidade contribuir com o nosso aperfeiçoamento. Por aperfeiçoamento devemos entender o foco em aprimorar nossas forças e diminuir nossas fraquezas. No caso da crítica construtiva, quem o está criticando vai sempre lhe apontar uma deficiência (fraqueza) ou falta de eficiência (uma força que não está sendo plenamente ou corretamente utilizada). Em ambos os casos essa pessoa está lhe fazendo um favor porque está lhe ajudando a ampliar suas percepções a respeito de si mesmo.
Não é raro que alguém lhe faça uma crítica inesperada, daquelas que nem mesmo em seus dias de maior imaginação passariam pela sua cabeça. Nesses casos, nossa primeira reação é a surpresa seguida imediatamente do julgamento de que a crítica só pode ser absurda e improcedente. É comum julgarmos absurdo ou improcedente aquilo que não passa pela nossa cabeça. Mas isso não invalida a importância da crítica. “Quando todos pensam da mesma maneira, frequentemente, ninguém está pensando.”

Crítica rara

Quanto mais rara for uma crítica, tanto mais importante ela tende a ser, portanto, infinitamente maior a importância de a ouvirmos com atenção e refletirmos em profundidade sobre ela. Diante de críticas construtivas o procedimento é simples. Ouça com toda a atenção, independentemente de suas impressões e julgamentos com relação ao autor da crítica. Desenvolva um profundo respeito e gratidão pelas críticas construtivas, elas são sempre um convite ao aperfeiçoamento e um poderoso remédio contra a vaidade.
Gentileza, boa educação e habilidade interpessoal não são características comuns a todos os bem intencionados. Isso significa que em muitas situações uma crítica construtiva, que muito pode contribuir com sua vida, poderá vir em péssima “embalagem”. Preste mais atenção no conteúdo da crítica que na sua forma. Conheço várias pessoas de valor, sinceras e bem intencionadas que não sabem dizer as coisas com “jeitinho”. Afinal por que esperar que as críticas venham apenas de pessoas craques em relacionamento e comunicação? 

Críticas destrutivas 
Uma crítica é destrutiva quando tem por finalidade desestruturar, ferir, magoar ou desorientar. Observe que o fato de você ter se magoado não significa, necessariamente, que a crítica tenha sido destrutiva. Alguém pode se magoar por tendência em colocar-se no papel de vítima, baixa autoestima, falta de humildade ou excesso de vaidade, e nesses casos a responsabilidade pela mágoa é toda sua.

A crítica é destrutiva quando é apresentada com o objetivo claro de causar dano ou ofensa, visando impedir seu processo natural de evolução. Essa é uma arma muito utilizada por pessoas presas aos processos de inveja, ciúme e maldade. 

Sim, essas pessoas existem e em proporção bastante alta. São pessoas que ainda não se descobriram, ainda não descobriram a presença de Deus em si e no próximo. Mesmo nesses casos, ouça atentamente a crítica. Lembre-se que alguém na tentativa de magoá-lo pode, ainda assim, dizer-lhe uma verdade. Seus oponentes podem ser pessoas inteligentes e a crítica apesar de maldosa, pode conter elementos verdadeiros.

Neste caso esse “oponente”, por ironia do destino, estará lhe fazendo um bem, desde que você possua a humildade de analisar e refletir sobre o conteúdo da crítica. Caso a crítica esteja fundamentada em conteúdo falso, maledicente ou preconceituoso, considere este texto a seguir que escrevi em meu livro Atitudes Vencedoras:

Pedras e frutos
Não se atiram pedras em árvores sem fruto; toda tentativa de apedrejamento visa sempre derrubar os frutos. Inocente ignorância dos apedrejadores, porque, mesmo conseguindo o feito, se esquecem de que os frutos caídos no chão experimentarão o tempo e a decomposição e voltarão a frutificar, de uma ou de outra maneira, pois cada semente dá origem à essência interior que carrega. Já as pedras caídas no chão permanecerão pedras, e as mãos que as atiraram terminarão vazias, tão vazias quanto o coração e a alma que lhes ativaram o movimento." 

Uma correspondência com toque de Esperança...



Por: Fernando Teixeira*

Caríssimo Henri LABERY

Obrigado pelas suas amáveis palavras, em resposta ao texto "A TEORIA E PRÁTICA NOS NOVOS TEMPOS DO ANTIGAMENTE" que pela sua importância, entendo dirigidas através de mim a toda uma geração de pessoas que embora sendo mais novos poderão ter mais consciência politica e amor a sua pátria do que os seus pais. Por isso peço-lhe que a minha resposta a sua missiva seja publicada. Pois tem a ver não só com o momento atual mas, de uma maneira ou outra, com todos os momentos dos últimos quarenta anos.

Esta geração quer saber de trabalho, de empregos, de desenvolvimento. Querem ver urbanizações novas, casas para viver com às suas mulheres e filhos, bairros limpos onde possa criar os seus filhos. Querem casar ter seus esposos e suas esposas, a sua casa, creches para os filhos, parques para passear e namorar, teatros e cinemas, quer apenas o normal em qualquer país normal. Não quer saber quem era do comando tal, quem foi morto no ano tal, Congresso tal, quem era contra quem era a favor, etc., etc. Quer saber disso como história do país mas não como a base da sua existência e como o fator que impediu que o seu país se desenvolvesse.

Esta geração nova não quer viver num país em constante sobressaltos, onde nenhum projeto de vida é viável, onde até a eternidade existe sempre um discurso politico arcaico sem significado nenhum que é o eterno discurso de combatente, de quem foi a Luta ou de quem não foi e de tantos disparates a isso associado. Esta geração não quer saber de tribalistas, de ódios tribais, pois para ela todos os guineenses são iguais. Devemos proteger esta geração e impedir o seu envenenamento com teorias sem pés e cabeça que cada dia apenas contribuem para a perpetuação do descalabro.

Caro LABERY

Tem razão quando fala da minha decepção. Sabe quanto critiquei o que se passava nesta terra, mas tinha de voltar tinha que dar alguma coisa de mim antes que fosse tarde demais. Tinha que pôr de novo as minhas capacidades ao serviço do meu país para não ser incoerente e ninguém entender que só critico sem participar num esforço nacional de construção que eu entendia que estava por fim a começar depois de tantos anos de descalabro. Tive uma oportunidade de voltar, para trabalhar - com pessoas com quem discutia há muito o desenvolvimento nacional premente e maneira de o realizar, num lugar onde comecei a minha carreira -, e onde achei que pudesse fazer a diferença, mas de novo tudo é posto em causa e tudo se começa de novo.

A sua afirmação “Quando numa mensagem, Fernando Teixeira anunciou a sua decisão de regressar à Terra, apreciei a coragem e aplaudi com entusiasmo. Hoje, visivelmente, a sua decepção é grande, Fernando. O Pais continua, como sublinha, sem real teoria (desde os tempos idos, acrescento eu) nem teóricos no sentido nobre da palavra, e nem no seio dos que vêm governando há décadas, mas sim caminhando-nos, irremediavelmente ao precipício!”

Você antigo lutador para a liberdade que sonhou este país, que com um projeto politico diferente sim do de Amílcar Cabral, mas com o seu valor intrínseco, pois ela era baseada na Independência a e na Liberdade. Talvez em moldes mais parecidos com o do Leopold Senghor que o do Sekou Touré, mas que que se queremos ser verdadeiros foi com as diferenças em cada país, o caminho seguido pela maioria de estados africanos para sua independências. O projeto de Luta Armada foi uma excepção nas independências africanas e não a regra. Heroica que foi, hoje cada dia mais pessoas compreendem e valorizam que também havia outro caminho talvez e se tal não houvesse por intransigência de Salazar, havia outras sensibilidades que poderiam ser aproveitadas... 

Pois o casamento de dois projetos diferentes, duas visões do mundo, se aceites como ambas dignas de mérito na altura, quem sabe a influência de uma atenuaria os problemas graves e soluções radicais entre camaradas que a Luta proporcionou e que até agora ainda como fantasmas de um passado que nunca é passado, nos trazem ciclicamente a violência para as nossas cidades e para as nossas vidas. Este permanente começar, cada ano, cada mês, cada dia não leva a nada, apenas a mais destruição. Por isso condenei o golpe, não pelo PAIGC, não pelo Carlos Gomes Júnior que nem conhecia: mas por compreender que a semelhança de outros golpes que por cá aconteceram este também nada trará de bom, como nenhum outro trouxe nada de bom no somatória geral que é o pais atual  

A minha não-aceitação tem outros pressupostos morais que não são questões simplistas do dia-a-dia baseados em ódios, amizades, famílias, agravos e tantas razões que cada um evoca para explicar a sua posição em relação a este acontecimento. Um cidadão podia ser visceralmente contra a governação de Cadogo e ser ao mesmo tempo contra o Golpe. Uma coisa não implica a outra. Entendo além de mais que cidadão é livre de se posicionar em relação a este acontecimento (e outros anteriores) como entender. Ninguém deve ser incomodado por ser contra, como ninguém também deve o ser por ser favor. Se eu quero que respeitem a minha opinião devo primeiro respeitar a de outros. Isto é o primeiro pressuposto para uma conversa séria e consequente.

Caro Labery

Recuso que os cidadãos Guineenses no decurso de suas curtas vidas em vez de porem as suas capacidades e sabedoria em prol do desenvolvimento de seu país, cada dia tenham que ser confrontados com acontecimentos com os quais não têm nenhuma relação e obrigados a escolher um lado ou outro com risco das suas próprias vidas, dos familiares e amigos. Com risco de perderem o emprego e a sua segurança se posicionarem do lado oposto dos detentores do poder na altura. Cada vez que os detentores do poder mudam o Guineense é confrontado com a necessidade de fazer juramentos de lealdade para que possa continuar a ser um cidadão. Pois de contrário será despedido desprezado vilipendiado, violentado e quem sabe morto? Quem dá direito a quem seja de todos os dias das nossas vidas nos obrigarem a isto? E que poder poderei respeitar quando baseia a sua legitimidade neste procedimento?

Caro Henri

Tudo o que você diz tem um valor enorme para mim. E das poucas testemunhas vivas que “presenciaram” a Historia, que vivenciaram a Historia que era feita e desenrolava-se cada dia diante dos seus olhos moldada pelas suas mãos e pensamentos também. Você foi privilegiado pela Historia, conheceu o nosso passado e presente, conheceu o início do processo que levou a fundação de vários movimentos e o início da competição para a legitimidade de representar todo o povo desta martirizada terra.
A própria Luta Armada começou no seu também “tempo de luta”, assistiu a Independência e acompanhou de longe todas às nefastas políticas que levaram-nos a este beco da história, quando nós ainda eramos meninos. Por isso você é um privilegiado analista do nosso procesus.

Por isso nas suas palavras que aqui cito “Hoje ainda, não passamos dum Estado voyou, de narco traficantes, desprezados e malcheirosos se se rindo sob a capa, quando se fala do nosso Pais. <Nossa dignidade vergonhosamente humilhada!> encontro também há decepção que você encontra neste meu texto. Mas é você que me anima quando diz a seguir que “A Historia não se reescreve, mas deixa exemplos, bons e/ou maus. Qual geração para reacender a chama?

Acredito que a geração atual de jovens vai reacender a chama, pois se essa chama ainda não apagou, se ainda brilha insistentemente em corações de jovens de oitenta e tal anos como você, que o acarinharam todos estes anos e com o calor dos vossos Guineenses peitos, e não deixaram apagar, então não será a minha nem a geração deles que a deixarão extinguir.

Aquele jovem que você era há quase sessenta anos no início do sonho rumo a liberdade, são estes jovens de hoje que também começarão o seu caminho para a construção do sonho. Pois a distancia do tempo do seu nascimento em relação a muitos funestos acontecimentos é maior e quem sabe isso ajudou a formar uma nova visão do mundo sem o permanente discurso da “Luta” e de tudo que lhe esta associado de mau (pois de bom nos respeitamos).

O nosso primeiro embaixador nas Nações Unidas, Gil Fernandes, que você menciona na sua missiva, tornou-se um amigo para mim e fonte de muitas informações dos primórdios da Luta de Libertação e o seu trabalho depois como funcionário dessa organização permitiu-lhe também conhecer profundamente os bastidores das Nações Unidas, (era um homem a ser chamado pois quem sabe se tivesse sido utilizado a sua experiencia e sabedoria a Guiné seria poupada a caricata situação que se passou na Assembleia Geral das Nações Unidas. Mas quem liga as pessoas competentes neste país? 
Quando ligaram? (Aqui os valores são outros e sempre foram).

O Embaixador Gil Fernandes a quem estimo como “mais velho” fez questão de me conhecer quando veio a Portugal o verão passado (ele hoje é funcionário aposentado das Nações Unidas), para me falar dos primórdios da Luta, de Amílcar Cabral, com quem privou muitas vezes, e de quem tem memória de um homem com uma estatura moral elevada. Hoje os valores perderam-se, denigre-se esse homem e quer-se fazer dele o culpado de todos os atos malsões que cada bandoleiro faz por conta própria. 

A atual violência espelha bem a nossa amarga e desesperada situação de um país sempre adiado mas que se a Providencia não nos for adversa, não será para sempre adiado. Pelo menos nisso eu creio e por isso luto, como sei que milhares creem também embora ainda não lutem.

Termino com esperança, dor e certeza no porvir do nosso povo. Esperança que aguente firme como até agora aguentou, para que um dia, igual a um kankuram da minha meninice em Farim, venha num grito de raiva e dor - rasgado de dentro desse peito onde ainda guarda a preciosa chama sagrada do acreditar e da dignidade - embarcado num vento forte das profundezas do Geba e Corubal, para espantar todos os nossos males para sempre…

Na sua vinda ao passar por Casamança traga a minha gente consigo, aqueles vivos e aqueles mortos para que os abrace na eternidade. Traga também aqueles meus que morreram na Luta de Cabral, na Luta do vosso tempo, do tempo da sua juventude, para que mitiguem a minha dor. Esta dor com que vivo com que procuro há anos que um caminho que teimosamente a Providencia não me mostra. Procuro um movimento, procuro uma força da natureza, baseada no coração dos homens justos que muda este país para os próximos cem anos.

O que me dá a certeza no porvir é a sua linda frase que me lisonjeia, mas não mereço, por isso dirijo-a as novas gerações para que oiçam a palavra de um "mais velho" que prefiro chamar de "jovem velho", um dos raros que restam, que a meio século, sonharam e começaram o caminho da liberdade: O seu Amor à nossa Terra, digníssimo de respeito, me retorna à juventude dos da minha geração. A luta será sem tréguas se os nossos descendentes quiserem fazer da Guiné uma Nação com voz no concerto do Mundo. Vamos fazer preces a Deus para que assim seja!”

Bem-haja Henri Labery; bem-haja Kankuram dos tempos primeiros da consciencialização para a Independência.

*Fernando Teixeira – Arquiteto e Ensaísta


Ordidja-notanto


Dou mão à palmatória, em parte, porque verdade seja dita, não tenho tido tempo nenhum (nem vontade) para escrever e opinar sobre Guiné-Bissau. Em parte tenho  inter-tido com a remoção de algumas pedras colocadas no caminho, por uns doutores em burrologia, e candidatos a falsos agitadores. Estou como a maioria dos leitores sabem, numa Comissão, onde os valores do grêmio falaram mais alto. Não respondi as provocações, fui mantendo a politicamente correta maneira de lidar com situações bizarras, ou seja, tenho estado calmo e sereno num canto da NET sem reclamar. 

Agradeço aos Deuses por esse estado de paciência imperial, que na maior relax vou aproveitando para ler, ler e ler...

Posto isso e todos os entretantos, pude ler, este magnífico texto, tirado presumo eu, duma troca de correspondência entre dois irmãos e cúmplices na madastra função de refletir, opinar, escrever e por vezes participar em certames  sobre a construção da Nação, que se pretende aterrar há quase quatro décadas no território denominado Guiné-Bissau.

Quem me brindou com esta esplendorosa troca de opiniões foi, o amigo e, camarada mais-velho Fernando Teixeira (Nandinho para os mais chegados), que como sempre, tem me enviado belos e extensos textos e artigos de opinião em forma de ensaio. Um ensaísta, que consegue ser desta vez, curto e conciso, numa carta com um toque de sentimentalismo e reconhecimento de outros valores e outros atores que lutaram cada um a sua maneira, para que a Liberdade fosse uma realidade na Guiné. 

Nesta carta dirigida ao mítico nacionalista Henri Labery do movimento Frente de Libertação e Independência Nacional da Guiné (FLING). Fernando Teixeira surpreende e encoraja com 1 profundo fôlego de esperança, cada um daqueles que acreditam que haverá um futuro feliz na nossa terra.  

Obrigado irmão!!!

Bem Haja...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eterno Comandante

Che Guevara
Quem foi
Ernesto Rafael Guevara de La Serna, mais conhecido como Che Guevara, foi um dos mais românticos  revolucionário socialista do século XX. Argentino, nasceu na cidade de Rosário em 14 de junho de 1928. Faleceu em 9 de outubro de 1967, na aldeia de La Higuera (Bolívia). Médico de formação Che Guevara acreditava que a revolução socialista, contra o imperialismo comandado pelos Estados Unidos, deveria ser levada para outros países.

Lutou no Congo (África) e depois foi para a Bolívia, onde estabeleceu uma base guerrilheira. Pretendia unificar os países da América Latina sob a bandeira do socialismo e invadir a Argentina. Com pouco conhecimento do território e sem apoio dos camponeses e do partido comunista boliviano, sua luta tornou-se difícil. Foi capturado pelos soldados bolivianos, na selva de La Higuera (Bolívia), em 8 de outubro de 1967. No dia seguinte foi executado.

Sua mãe foi a principal responsável por sua formação porque, mesmo sendo católica, mantinha em casa um ambiente de esquerda e sempre estava cercada por mulheres politizadas. Sua morte, no dia 9 de outubro de 1967, aos 39 anos interrompeu o sonho de estender a Revolução Cubana à América Latina, mas não impediu que seus ideais continuassem a gozar de popularidade entre as esquerdas.  

Em 17 de outubro de 1997, Che foi enterrado com pompas na cidade cubana de Santa Clara (onde liderou uma batalha decisiva para o derrube de Batista), com a presença da família e de Fidel. Embora seus ideais sejam românticos aos olhos de um mundo globalizado, ele se transformou num ícone na história das revoluções do século XX e num exemplo de coerência política. Sua morte determinou o nascimento de um mito, até hoje símbolo de resistência para os países latino-americanos

Algumas frases de Che Guevara

- "O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor."
- "Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."
- "A reforma agrária radical é a única forma de dar a terra ao camponês."
- "A revolução acontece através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário."
- "A argila principal de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber ideais para moldar o futuro."

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Onde está Milocas Pereira???

Jornalista Milocas Pereira