quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Escute, leia e pense...


Nota Ordidja
Escute, leia e pense...
Obrigado mais uma vez, Adama, querida amiga...
Faça click neste link para ouvir a canção
espero que estejas bem,
eu aqui também nem te quero por preocupada,
mas aqui na banda,
tem gente que manda, tem outros como eu,
tem outros que nem sequer por isso,
a medicina ainda é o feitiço ou minha mãe,
mas a doutrina pelos infiéis desiludidos com "santo" que tanto se venera,
tantas pernas apressados ultrapassando motorizado,
veículo enquanto frenético e discípulo,
desce a cidade contra o céu do meio dia
querendo pagar seu dizimo,
querendo comprar um lugar no ceu,
quebram-se os ritmos cresçam-se os gostos,
ignorando os desgostos,
ignorando, a força dos desgostados,
misturado aos novos sons das novas periferias,
enquanto as telefonias,
mudam o rosto da cidade,
prédio,
gruas,
damas semi-nuas e o progresso atropela com sinceridade a geração da utopia,
 em minha canção sorri
nem mais  ingênuo
não como a primeira vez
nem como primeiro dia
Oh mãe,
Oh mãe, mãezinha, teu filho que um dia sonhou mudar o mundo. 
Mutilados,
cabisbaixo,
descem os compatriotas e os cidadãos buscando notas no semáforo da nova civilização,
oh mãe, ngalassa mu ngalassa 
 não vai eu cair em desgraça por não ser o espelho dos conteúdos estéreis da nova televisão
patos,
natos,
damas com altos saltos,
frequentando as bodas onde as Marias todas passam pela lama do semi- asfalto,
primas,
 filhas,
tuas minhas do alheio
 são de quem chegar primeiro
como alguém cantou um dia.
Querida mãe espero que fiques bem, receba aqui também o beijo do filho que tanto te ama,
se precisares só me chama ou minha mãe,
luto para não perder a tua pátria MÃE.
Teu filho que um dia sonhou mudar o mundo."

Paulo Flores

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Reflexões sobre a Paixão II

“Agosto veste-se de ouro, anda de sorriso, estampa-se nos campos e plana por entre montanhas e vales.” Adama

“Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosse morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer”
Hilda Hilst
Quando me envias-te este poema, Adama, lembrei-me que prometi publicar o texto da tua amiga Zé,em resposta ao teu texto sobre a PAIXÃO que começa precisamente assim:
“Gostei muito do seu texto. Há nele os sentimentos e percepções de uma infinidade de mulheres que de uma forma mais ou menos clara percepcionaram momentos semelhantes .
Atrevo-me por isso a partilhar consigo a experiência de outra mulher.
Quando nos abandonamos ao silêncio percebemos que as nossas percepções são bastante ornamentadas para nossa básica satisfação e que o AMOR em essência não é o tango que dançamos com  alguém mas a criação de uma harmonia que nos permite "criar" um momento de equilíbrio. Esse equilíbrio  dá-nos tanto prazer que enquanto dura é infinito e eterno qual corpo que ao atingir a velocidade da luz deixa de estar sujeito ao tempo. É realmente uma outra dimensão. Mas as diversas dimensões quer nos causem prazer ou sofrimento são ainda as "camadas da cebola a que chamamos realidade". Não há mais durabilidade num amor que na flôr intocada que desabrocha hoje e amanhã está murcha, quem sabe podre.
As emoções são essenciais, é através delas que o Universo dialoga connosco mas será bom que tentemos vê-las como um meio de comunicação usado apenas para nos dar satisfação ou sofrimento pois os dois são as duas faces da mesma moeda. Enquanto procurarmos um, vamos ter o outro. Assim os grande "viciados" deste diálogo costumam procurar o sofrimento para que a felicidade lhes seja dada.”
Contudo esta é ainda uma perversa ilusão que, também ela não nos deixará permanecer....Grande beijinho”
Maria Jose Cunha

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Negócio da Guerra

Mustafá Abdeljalil
CNT promete recompensar países que apoiaram a rebelião líbia
Fonte: AFP
Mustafá Abdeljalil, chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), prometeu nesta quinta-feira recompensar, durante a reconstrução da Líbia, os Estados estrangeiros que ajudaram a rebelião.

"Prometemos favorecer os países que nos ajudaram durante o desenvolvimento da Líbia. Nós os trataremos em função do apoio que nos deram", declarou Abdeljalil durante coletiva de imprensa em Benghazi, reduto dos rebeldes no leste líbio.

O dirigente expressou sua gratidão aos países que participaram nas operações da Otan e os que desbloquearam fundos congelados no exterior.  Além disso, anunciou que a rebelião conseguiu uma quantidade de petróleo suficiente para as necessidades de todo o país na refinaria de Zauiya, 40 km a oeste de Trípoli. Em relação à situação na capital, denunciou os saques e os atribuiu às forças leais a Muamar Kadafi infiltradas nas fileiras dos rebeldes. Informou ainda que mais 20 mil pessoas morreram na Líbia desde que começou a insurreição contra o regime de Muamar Kadhafi em meados de fevereiro.

"Não disponho do número exato, mas o conflito armado deixou mais de 20 mil mortos", anunciou ele, durante uma entrevista coletiva à imprensa em Benghazi, "capital" rebelde no leste.

Consultado sobre a possível presença de armas químicas no país, Abdeljalil assegurou que não teme a possibilidade de que sejam usadas. "Como ex-membro do regime, sei muito bem que essas armas estão ultrapassadas", disse.

Líbia: da guerra entre Kadhafi e rebeldes à batalha por Trípoli. Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadhafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de julho, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadhafi, seu governo e sua era em xeque.
Mustafá Abdeljalil

Nota Ordidja
Infeliz é aquele que não entendeu até agora que a Guerra é um negócio.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Game Over Kadhafi

  
No dia 19 de Fevereiro deste ano, escrevi neste mesmo Blog uma notícia comentada com o seguinte título "No futuro Kadhafi cai". A degradação do regime primigénio do ditador líbio, moldado pelo seu SER definitivo, tinha um destino garantido. O fim arrancado a ferro e fogo. Só um tapado poderia pensar o contrário. 

Reformulando: Não nego que a Líbia tinha a distribuição da riqueza mais justa do que a Angola por exemplo. Mas a sublime agilidade do regime angolano e, a maré da ignorância que cobre a sociedade luandense, consegue manter o regime em pé.

Mas está quase que prescrito, que os que se julgam livres e soberanos donos das riquezas de toda uma Nação, caíram um dia. Basta que, o Povo se deixa arrebatar pela vontade de fazer Justiça, com ações e não com palavreados e  potencie uma Revolução. E este gênero de artigos serão sempre apontamentos inacabados. 

No caso de Muammad Kadhafi, a urgência do real prova que o jogo acabou! No caso do “pensador” do Livro Verde Kadhafi, repito: a urgência do real prova que o jogo chegou ao FIM! Os ocidentais sacaram todas as riquezas que o homem tinha nos Bancos deles, e claro com esse dinheiro, que, os líbios nunca mais irão pôr os olhos em cima, vão, conseguir atenuar a onda dos déficit criados pela crise da Bolha. E claro, os italianos podem festejar e que não falem sobre este assunto...

A NATO saíra inimputável de todas as mortes e chacinas cometidas sobre civis desarmados. O “Mundo” vai respirar fundo, e ganhar folgo para avançar sobre o próximo inimigo que será?! Síria. Os pobres continuaram pobres e os ricos permaneceram ricos. E estando a ficar chateado com o meu teclado, que não me deixa ir dormir, resta-me apenas gritar alto e em bom som:       

VIVA A LIBERDADE DO POVO LÍBIO!!!    

!!!  

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

E agora Líbia?


Fonte: AFP

Cronologia de conflito na Líbia termina em batalha por Trípoli

Milhares de pessoas morreram na Líbia nos quase sete meses que dura o conflito entre os rebeldes do Conselho Nacional de Transição (CNT) e os homens fiéis a Muammar Kadhafi. Estes são alguns dos fatos mais importantes ocorridos durante o conflito líbio:

Fevereiro
Dia 15-16 - Começam as primeiras revoltas na Líbia. Dois mil manifestantes protestam em Benghazi (reduto da oposição) por causa da detenção de um ativista de direitos humanos e contra os governantes corruptos. Há 38 feridos e, em Al Baida, morrem duas pessoas.
Dia 17 - Os protestos se espalham no chamado "dia da cólera". O Exército começa a utilizar fogo real. Segundo a Al Jazeera, há 14 mortos.
Dia 19 - O Exército dispara em Benghazi contra os manifestantes e são registrados confrontos em Musratha, a 200 km de Trípoli.
Dia 21 - Os opositores controlam Benghazi e Jalu, e alguns membros do Exército começam a desertar.
- Primeira deserção de um membro do regime: renuncia o ministro da Justiça e os imames das mesquitas convocam todos à luta.
Dia 22 - Kadhafi diz que não deixará o poder e que está disposto a morrer.
- A fronteira com o Egito fica sob controle dos opositores, enquanto se inicia o isolamento internacional de Kadhafi: a Liga Árabe suspende a participação da Líbia em suas reuniões.
Dia 23 - Um membro líbio do Tribunal Penal Internacional avalia em 10 mil o número de mortos desde o início dos protestos.
Dia 25 - A União Européia (UE) estuda sanções e os Estados Unidos congelam os ativos de Kadhafi e de sua família.
Dia 27 - A ONU aprova sanções contra Kadhafi, bloqueia seus bens no exterior e impõe o embargo de armas.
- A oposição anuncia a criação de um Conselho Nacional de Transição (CNT).
- Cem mil refugiados fogem para as fronteiras com Tunísia e Egito.
Março
Dia 2 - Kadhafi ameaça com "milhares de mortos" se os EUA ou a Otan entrarem na Líbia.
Dia 3 - O Tribunal Penal Internacional anuncia que averiguará Kadafi e outros membros de seu regime por supostos crimes de lesa-humanidade.
Dia 9 - Tropas pró-governo reconquistam Al Zawiyah e os rebeldes reivindicam ajuda internacional.
Dia 10 - As tropas de Kadhafi lançam uma grande ofensiva contra os rebeldes em Ras Lanuf.
Dia 11 - A UE considera um "interlocutor político" o rebelde Conselho Nacional de Transição (CNT).
Dia 12 - A Liga Árabe reconhece o comando rebelde.
Dia 17 - A ONU aprova a resolução 1.973 para tomar "todas as medidas necessárias" para proteger a população civil, embora exclua a intervenção em solo líbio.
Dia 19 - Após a "Cúpula de Paris", começa a intervenção militar.
Dia 20 - Uma área de exclusão aérea é imposta.
Dia 21 - A força internacional bombardeia Trípoli, destrói um prédio do palácio de Kadhafi e consegue que suas tropas se retirem em Benghazi.
Dia 22 - Divergências na Otan(NATO) sobre seu papel nas operações. Fica acertado o uso de meios navais para aplicar o embargo de armas.
Dia 27 - A Otan assume as operações.
Dia 29 - Conferência Internacional de Londres: fica acertada a criação de um grupo de contato.
Dia 30 - O ministro de Exteriores líbio deixa o país.
Abril
Dia 7 - Um ataque aéreo da Otan causa 50 mortes em Brega.
Dia 10 - A Otan empreende a maior ofensiva em três semanas, na qual morrem dezenas de homens leais a Kadhafi em Ajdabiya.
Dia 19 - A ONU consegue abrir um corredor humanitário.
Dia 25 - A Otan bombardeia o complexo residencial de Kadhafi em Trípoli.
Dia 30 - A Otan bombardeia de novo instalações de Kadhafi, que assegura que o ataque matou seu filho mais novo e três netos.
Maio
Dia 8 - As tropas de Kadhafi prosseguem seus ataques em todas as frentes abertas, sobretudo em Misrata.
Dia 16 - O Tribunal Penal Internacional solicita uma ordem de detenção contra Kadhafi e seu filho Saif por supostos crimes de lesa-humanidade.
Dia 24 - Um novo ataque da Otan em Trípoli, o maior desde o início de suas operações, causa 19 mortos e 150 feridos, todos civis.
Dia 28 - A Otan ataca à luz do dia as cercanias do palácio de Kadhafi. Onze pessoas morrem, segundo o regime.
Junho
Dia 7 - Os rebeldes asseguram ter tomado Yafran, a 10 km de Trípoli, cidade que permanecia desde o início do conflito nas mãos das forças de Kadhafi.
Julho
Dia 1 - Cerca de 1,2 milhões de pessoas fugiram desde o inicio do conflito.
Dia 18 - Os rebeldes assumem o controle do bairro oriental de Brega, após cinco dias de combates.
Agosto
Dia 9 - Oitenta e cinco civis morrem em uma incursão aérea da Otan a leste de Trípoli.
Dia 10 - A UE aprova formalmente a quinta rodada de sanções contra Trípoli.
Dia 20 - Os rebeldes anunciam estar às portas de Trípoli, após terem tomado Brega e a refinaria de Zawiyah, as principais fontes de energia do regime.
Dia 21 - A Otan bombardeia o quartel-general de Kadafi e um aeroporto em Trípoli


Nota ordidja

Dia 22Obama pede que Kadhafi desista; EUA serão 'amigos' no futuro

Queda Livre do lunático do Livro Verde, traduzido em dias. Kadhafi chegou finalmente ao futuro, aquele futuro em que à Liberdade fala MAIS ALTO!

Bô kumpri i bô mostra Mundo, bom tarbadju!!!


NOSi cumpre o repto e divulga resultados em menos de três horas

Espectacular! Em uma palavra apenas se pode classificar o trabalho realizado pelo Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi) este domingo, 21 de Agosto, na divulgação dos resultados desta segunda-volta das eleições presidenciais.
Prometeu e cumpriu: em pouco mais de duas horas todos os cabo-verdianos puderam, através do site oficial da CNE, acompanhar on line e quase em tempo real o veredicto do povo, e mesmo antes das 9 horas da noite todos já sabiam que Jorge Carlos Fonseca é o quarto Presidente da Republica.
Ao contrário da primeira-volta, desta vez os problemas com os PAD¿s foram resolvidos e três horas depois do fecho das urnas, ou seja às nove da noite, os cabo-verdianos já sabiam o desfecho destas eleições. Antes, por volta das 7 horas, já estavam apuradas cerca de 50% das mesas de voto no território nacional, o que permitiu também aos jornalistas serem mais rápidos e eficazes na hora de informar.
Foi um trabalho de elevada qualidade e rapidez só ao alcance de um sistema moderno, afinado, eficaz e que coloca Cabo Verde, mais uma vez, na linha da frente no que diz respeito às Novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Mais um exemplo que nos orgulha, povo das ilhas!
Fonte: A Semana

Jorge Carlos Fonseca é o novo Presidente da República de Cabo Verde

Fonte: SOL

Segundo dados preliminares, o candidato apoiado pelo MpD bateu Manuel Inocêncio Sousa (PAICV), que já assumiu a derrota. Eleição marcada por denúncia de irregularidades.
Na segunda volta das presidenciais, realizada este domingo, Jorge Carlos Fonseca terá alcançado cerca de 54% dos votos, contra os 45% do candidato apoiado pelo partido no poder, o PAICV de José Maria Neves, que mergulha numa crise interna cerca de meio ano após ter alcançado uma maioria absoluta.

A vitória foi declarada pelo mandatário nacional de Fonseca, Manuel Faustino. «Tenho a honra de anunciar que Jorge Carlos Fonseca é o novo Presidente da República de Cabo Verde», disse o responsável à imprensa. Cerca das 0h, o Presidente eleito ainda não tinha falado ao país.

No Mindelo, onde ficou retido pelo mau tempo, Manuel Inocêncio Sousa reconheceu a derrota e felicitou o adversário. Durante a noite, a mandatária nacional de Inocêncio admitiu que «dificilmente» seria invertida a tendência revelada pelos primeiros dados do escrutínio, quando estavam contabilizados mais de 85% dos votos.

A vitória, à segunda vez

Afastado da política partidária há 13 anos, Jorge Carlos Fonseca tem 61 anos, é casado e pai de dois filhos. Escritor e poeta, o novo Presidente de Cabo Verde destacou-se sobretudo como jurista. Mestre em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, leccionou naquela instituição, em Macau e em Cabo Verde, onde fundou o Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais. É autor de obra científica na área do Direito publicada em 11 países.

Militou pela independência de Cabo Verde mas rompeu com o PAIGC aquando da instauração de um regime de partido único no arquipélago. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros no primeiro Governo da era do multipartidarismo e concorreu à Presidência pela primeira vez em 2001, tendo sido derrotado pelo agora Presidente cessante Pedro Pires, que era então apoiado pelo PAICV.

Apoiado pelo Movimento para a Democracia (MpD), Fonseca, popularmente conhecido por Zona, venceu a primeira volta das presidenciais de 2011 com um discurso de ruptura com o sistema político-partidário. Beneficiou da divisão do PAICV em torno de três candidaturas. No segundo turno, bate Inocêncio, o 'ministro de betão' do primeiro-ministro José Maria Neves, depois de ter declarado ao SOL que contava reunir o apoio das candidaturas derrotadas devido à noção de que o eleitorado não queria um «yes man do Governo» no Palácio do Plateau.

Recusando um cenário de instabilidade política ou de confronto com o Executivo, Fonseca define como prioridade para os próximos anos «criar um ambiente que permita o país vencer os seus grandes desafios: modernização, crescimento sustentado da economia, combate ao desemprego, redução substancial da pobreza e qualificação dos recursos humanos».

Suspeita de irregularidades nos EUA


A votação de domingo ficou marcada pela notícia da detenção de um delegado da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Cabo Verde nos Estados Unidos. António Gerson Semedo estaria na posse de 250 mil dólares em dinheiro vivo e perto de um milhar de passaportes e bilhetes de identidade cabo-verdianos. A candidatura de Jorge Carlos Fonseca alertou para indícios de compra de votos.

A CNE negou qualquer irregularidade e considerou «muito grave» a «suspeição» levantada pela candidatura de Fonseca. O organismo eleitoral explicou a detenção de Semedo com um «visto caducado». O visado anunciou que irá processar criminalmente a estrutura de campanha do Presidente-eleito.

Até ao momento, o único veredicto dos observadores internacionais sobre as eleições de domingo é positivo. A CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, declarou que o escrutínio decorreu em ambiente de grande normalidade, registando um único incidente numa assembleia de voto na Cidade da Praia, onde vários cidadãos tentaram votar antes da hora de abertura das urnas.
Fonte: Público
O jurista Jorge Carlos Fonseca é o novo Presidente da República de Cabo Verde e vai suceder a Pedro Pires. Nas eleições deste domingo, derrotou Manuel Inocêncio Sousa, o candidato oficial do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), que governa o país com maioria absoluta.

Os resultados provisórios quando faltava apurar os votos em 58 das 1108 mesas, atribuíam a "Zona", como Fonseca é conhecido no país, 54,45 por cento dos votos expressos, correspondentes a 95.127 votos; contra 45,55 por cento de Manuel Inocêncio, resultantes de 79.574 votos. “Desenha-se uma vitória de Jorge Carlos Fonseca”, reconheceu a mandatária do candidato do PAICV, Cristina Fontes Lima, no primeiro comentário oficial.

O vencedor tem 60 anos, nasceu em São Vicente e candidatou-se com o apoio do MpD (Movimento para a Democracia), o principal partido da oposição. Na primeira volta, a 7 de Agosto, obteve 37,3 por cento contra 32 por cento de Inocêncio, que disputou as preferências do eleitorado do PAICV com Aristides Lima, ex-presidente da Assembléia Nacional. Lima, depois de ter sido preterido no apoio oficial do partido governamental, a que também pertence, avançou com uma candidatura autônoma e conseguiu 24,7.

Os resultados desta segunda volta indicam que o candidato oficial do PAICV, o preferido do líder do partido e primeiro-ministro, José Maria Neves - que é também um derrotado do processo e vai ter de governar em coabitação -, não conseguiu mobilizar todo o eleitorado que na primeira volta preferiu Lima.

O quarto Presidente de Cabo Verde foi ministro dos Negócios Estrangeiros no início da década de 1990, após a instauração do multipartidarismo, e presidia ao Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais. Concorreu uma primeira vez à Presidência em 2001, quando Pedro Pires chegou ao Palácio Plateau, em que agora lhe sucede.

Inocêncio reconhece derrota em Cabo Verde
Fonte: JN
Manuel Inocêncio, candidato à segunda volta das presidenciais em Cabo Verde, reconheceu a derrota na votação e felicitou o adversário, Jorge Carlos Fonseca, pela eleição para Presidente da República.
Segundo os últimos dados oficiais divulgados pela Direcção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE), Jorge Carlos Fonseca lidera a contagem dos votos da segunda volta das eleições presidenciais cabo-verdianas, realizada domingo, com 54,5% dos votos, quando estão apuradas 93,3% das assembleias.
Com a abstenção a situar-se nos 40,3%, inferior em mais de seis pontos em relação à primeira volta (46,8%), Jorge Carlos Fonseca lidera com 94.806 votos, deixando Manuel Inocêncio Sousa com 79.209 votos (45,5%).
A chuva, praticamente ausente durante o processo eleitoral, caiu com intensidade nas ilhas do norte do arquipélago, o que não permitiu a abertura, em tempo útil, de quatro mesas da ilha de Santo Antão (totalizam 652 eleitores), com a votação a ser adiada para esta segunda-feira, dentro do mesmo horário.
"Ideias e propostas para o futuro"
Manuel Inocêncio, apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), ficou retido no Mindelo, ilha de São Vicente, devido ao mau tempo, e deslocou-se à sede de candidatura local para ler uma breve declaração de reconhecimento de derrota.

Nota Ordidja
Por estas bandas chamam (notícia comentada), notas, como estas que faço, ou vou fazendo, em rodapê aqui e ali, neste MEU espaço, Nota Ordidja, onde sou dono e senhor, das minhas vontades. Na ORDIDJA, claro, ou julgou outro Lugar?! Mas também, prometi ao meu teclado, que se tivesse que escrever algo sobre Cabo-Verde, primeiro, tinha que chamar atenção pelo seguinte: Falta a terceira e última parte, do Discurso do Doutor Comandante Pedro Pires. Esta semana não falha. Sai! O discurso, claro! Ou também ajuízou outra coisa?
Até porque, vai sair com honra e respeito, El COMANDANTE! E conversas de campanha, são lixiviações que só estraga o Pano. Facto: A República de Cabo-Verde, tem um novo presidente, democraticamente eleito. Facto: Decoreu normalmente! Facto: Quem seguiu de longe, pelo menos sentiu, que o ATO ELEITORAL foi pacífico, e o RESULTADO expressa  alternância. Facto: A divulgação dos resultados, teve a mesma velocidade do processamento feito, nas democracias avançadas, o resultado está aí, a vista de todos. E isso é um marco na jovem e séria democarcia das Ilhas. E mais, não houve bate-boca! Nem teve aquela puxa-puxa, do género “fui eu que ganhei” ou “não fui eu,  o vencedor” e faz-se um espetáculo pobre em todos os sentidos e aspectos. Ou mais grave ainda é quando leio “ ah, caso necessário, recorre-se a AK, Bazukas e mais armamentos, e toca o FOGO!” Aquilo que acontece sempre nas Democracias atrasadas “mentalmente” falanto. As notícias que se seguem depois das bate-bocas todos conhecemos: os  Golpes, guerras civis e etc, etc e etc...
É dessa violência política que falo, quando falo das heranças da Luta de Libertação Nacional, que Libertou dois Povos e Um teve que ARCAR,  pagar e está pagando ainda, pelo teste feito no Laboratório da Liberdade. E o Outro, vai tendo sucessos reconhecidos ou merecidos, mas que quando se lhe pergunta “ Então pá? Então não achas que o vosso Estado, deveria  apoiar a República irmã, ou o irmão, das Independências?” vira logo a cara, e assobia para o lado. E  quando se lhe pergunta, “então pá? onde estão às contribuições?” mesmo que seja um(1) Céntimo!!! Contribuição? Sim! Aquela, dos danos causados...
Deixem para lá! Mas só mais um Ponto – Que  o novo Presidente caboverdiano, seja aquela garantia dos grandes passos democraticos conquistados e alcançados com coragem e trabalho dos nossos irmãos de Cabo-Verde. Todos ficarão mais felizes, se o novo PR,  honrar com o juramento que irá proferir, no ato da Tomada de Posse!!! E quando blá, blá, blá ... vamos estar atentos às puxões de orelha que, vai ter que querer dar ao menino Zé-Maria, etc, etc...Muitos Sucessos!
Um sinto muito ao mano Inocêncio.
Ah, PARABÉNS SR. PRESIDENTE!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Rekado di ermondadi

Tony Tcheca

Conferência de homenagem à Vasco Cabral
Rekado di ermondadi
“Na nha manera di odja”

Quando num tempo madrasta que já dura uma eternidade, em que se vilipendia  os valores da terra-guiné, e se despreza o saber a honradez e verticialdade em favor de teorias inócuas de matchundade revestida de ignorancia, um grupo de homens e mulheres se reunem para lá dos limites da cor politica, com o fito de celebrar uma figura da envergadura de VASCO CABRAL, o Homem da Cultura, das letras e das ciências, é um sinal forte de que alma guineense está viva e resiste  às investidas que visam desalicerçar a sua idiossicrasia – a nossa maneira de ser e de estar.
Evocar Vasco Cabral é convocar a sociedade para um djumbai de pensa Guiné. É uma opção clara de rejeição de modelos assentes em conceitos torpes de falsidade que negam à terra-mãe o direito ao crescimento e ao desenvolvimento equilibrado e harmonioso. O direito de sermos um só: Homem Guineense. Sim. Homem Guineense de pés fincados no chão e olhar dimensionado à escala universal – cidadão do mundo. Aquele que se preza pelo que é, pelos seus valores que bebem a sabedoria na multiplicidade enriquecedora do seu mosaico etno-cultural, a base de partida para melhor entender o mundo e por esta via ser respeitado e elevado à categoria de fazedor da história e da modernidade.
Era assim que Vasco via e entendia o homem: Um negro/ Uma branco/ Um forte abraço mútuo/O mesmo alvo sorriso./ O pensamento: bandeiras verdes e brancas..../ A mesma dor humana/O mesmo rubro sangue.../.... O mesmo homem/ em cores caleidoscópicas...
Este é o caminho seguido pelo poeta. Poeta-Homem. Poeta cidadão. Poeta combatente da PAZ, combatente do AMOR, exemplo de honra, carácter e de companheirismo. Hoje, do ponto de vista moral, Vasco Cabral eleva-se à categoria de modelo, um figurino, uma referência da verdadeira guineendade que se alimenta de poções de bardadi na cabaz de ka bu pui mon na kil ki ka di bo. Guineendade igual a trabalho, igual a honestidade. O mesmo que dizer competência. O mesmo que rejeitar a violência. Mas também o equivalente ao repúdio do oportunismo e ao desejo mórbido e desprezível do poder pelo poder. O poder a qualquer preço. Ainda que a terra gema, ainda que a dor amargue a vida, ainda que das entranhas da terra se ouçam vozes de revolta.
Ler Vasco Cabral, tê-lo em nós, é não perder a esperança. É conjugar o Homem na primeira, na segunda e terceira pessoa. O sujeito principal de toda a acção. É viver no presente o seu poema de 1957: “Disseram-me que parasse”. Um poema de esperança, de crença e de porfia pela vida. Um vida digna que nega a sujeição e o fatalismo dramático da incapacidade e do insucesso. Viajemos nalguns versos do poema:
 “Disseram-me que parasse, parasse/ Porque o movimento cansa./ Eu não quis parar/ E caminhei na estrada meus passos da esperança.../ Disseram-me que chorasse, chorasse porque a vida é dor/ E eu desatei a rir/ Como Homem que endoidece/ E cantei na estrada  um canto libertador.../Disseram-me que fugisse, fugisse/ Poruq a vida é tédio e a rosa se floresce também murcha/ quiseram vendar-me os olhos para que viesse, nao viesse.../ Mas nos pés tinha olhos... e caminhei na estrada os meus passos de esperança até que esses olhos furaram a treva...
Não temos o direito de interpelar o passado com laivos de ressabiamento ou de doloroso ajuste de contas. A história ocupar-se-á dos registos e a todos julgará a seu tempo. E o tempo será o melhor fórum de justiça. O santuário para exorcizar os nossos fantasmas e ossacerdotes de tanta kabalindade que separa e divide os guineenses, afastando muitos para os caminhos da diáspora. E a  diáspora que mais dói é aquela que é vivida na própria terra, quando não se entra na engrenagem de uns ou de outros, gente que em boa verdade não tem projectos de progresso. Bandeiram a máxima de que “se não estás comigo é porque és contra”. Como dizia Amícar Cabral, “gente que nunca fez nada.... gente que nunca valeu nada...” Do seu suor frio e calculista não caem gotas de kumpo terra.
Importa é situarmo-nos de corpo e alma neste binómio de actualidade “tempo/ espaço” em que urge soltar a canoa para novos portos de bemba farta que alimente a fome escancarada, que o nosso povo hoje ostenta, de paz e de vontade de caminhar em águas conducentes ao desenvolvimento. É tempo de recuperar os nossos valores culturais. Da nossa maneira de ser. A minha, a tua, a nossa. Naquele jeito bem nosso de quem dá sem ver a quem. Aquele jeito de quem sabe receber, sem perguntar ao que vem o estranho. Aquela mão que tem sempre uma caneca de água hospitaleira para quem chega. Aquele cidadão que em nome de todos consente sacrifícios. Aquele que hoje é vizinho, amanhã é tio. Aquele que é GARANDI, pela magnamidade que incorpora, pelo saber que acumula, pelo sentido de justiça e da fraternidade que regem o seu estar. A verdadeira magistratura suprema da guineendade.
Sem ter podido estar esteira deste fórum, estou em crer que é tudo isto que explica a iniciativa que hoje se espelha na imagem deixada pelo Homem simples que foi Vasco Cabral. É um espírito que rompe as fronteiras políticas cas e diminui possíveis divergências nascidas de meras opções ideológicas que só pedem ser motivo para a existência de espaços de sabatina saudável.
Abram alas e deixem a Guiné seguir o seu destino. Soltem as amarras e deixem o kanua rumar a portos de boa verdade com marinheiros dispostos a remar com braços de macaré e bússulas de competência, saber e dedicação.


 GUINÉ SOMOS TODOS MESMO DEPOIS DA ESPERANÇA 

Tony Tcheka
Lisboa, 18 de Agosto de 2011

Nota Ordidja
Este texto foi-me enviado pelo meu mais-velho, Tony Tcheca em que na impossibilidade de viajar para a Guiné, para participar na Conferência em homenagem a Vasco Cabral, enviou esta mensagem em forma de "rekado di ermondadi" (recado de fraternidade) para os participantes.
Muito obrigado Tony, pela partilha conosco essa linda mensagem! Mande sempre!!!
Abraço e bom-fim-semana à todos!