segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Conheça as principais revelações feitas pelo site Wikileaks

Fonte: BBC

O controvertido site de vazamento de informações Wikileaks começou no domingo (ontem) a divulgar um lote de 250 mil mensagens secretas enviadas por diplomatas dos Estados Unidos.
Até agora, o Wikileaks publicou em seu site 220 de 251.287 documentos dos EUA descritos como cabos – como são chamadas as comunicações entre instituições diplomáticas.
O site entregou antecipadamente os arquivos em sua íntegra a cinco grupos de mídia, entre eles os jornais The New York Times, americano, The Guardian, britânico, e El Pais, espanhol. Leia abaixo alguns dos pontos principais dos documentos divulgados.

Ataque ao Irão

Vários líderes árabes e seus representantes são citados no documento como tendo exortado os EUA a atacar o Irão, para pôr fim ao suposto programa de armas nucleares do país. O embaixador da Arábia Saudita em Washington, Ader al-Jubeir, lembrou os EUA sobre as "frequentes exortações" do rei saudita para atacar o Irã.
Em um relatório de um encontro entre Al-Jubeir e o general americano David Petraeus, em 2008, o embaixador saudita disse que o rei queria que os EUA "cortassem a cabeça da serpente".
O rei Hamad bin Isa al-Khalifa, do Bahrein, teria pedido aos EUA que contivessem o Irã "de qualquer maneira", enquanto o príncipe regente de Abu Dhabi, xeque Mohammad bin Zayed, disse aos EUA acreditar que o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, iria "levar-nos à guerra".

Espionagem biométrica na ONU

Um cabo endereçado a diplomatas dos EUA emitido sob o nome da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pede que se coletem informações "biográficas e biométricas" - incluindo amostras de DNA, impressões digitais e biometria da íris - de funcionários-chave da ONU. Também foram pedidos dados de cartões de crédito, endereços de e-mail, senhas e descodificadores usados em redes de computador em comunicações oficiais.
Os funcionários cujos dados foram solicitados incluíam "subsecretários, chefes de agências especializadas e seus principais consultores, assessores de alto escalão do SYG (secretário-geral), chefes de missões de paz e de missões de caráter político, incluindo comandantes de forças (militares)".
Estão incluídas nos documentos ao menos nove orientações semelhantes sobre vários países, tanto sob o nome de Hillary quanto de sua predecessora, Condoleezza Rice.

Crise no Paquistão

Os cabos mostram a preocupação dos EUA com a presença de material radioativo em usinas nucleares do Paquistão, que Washington temia ser usado em ataques terroristas. As comunicações revelam que, desde 2007, os EUA vinham tentando remover urânio altamente enriquecido de um reator usado para pesquisas no Paquistão.
Em um cabo emitido em 2009, a embaixadora dos EUA no Paquistão, Anne W. Patterson, diz que o país se recusa a aceitar uma visita de especialistas dos EUA. Segundo ela, autoridades do Paquistão disseram que uma visita seria vista pelos paquistaneses como "se os EUA estivessem tomando as armas nucleares do Paquistão".

China e infiltração cibernética

Os documentos revelam preocupação sobre o suposto uso em grande escala, pelo governo chinês, de técnicas de infiltração e sabotagem cibernética. Alguns dos cabos diplomáticos afirmam que uma rede de hackers e especialistas em segurança foram contratados pela China a partir de 2002, e que essa rede conseguiu acesso a computadores do governo e de empresas dos EUA, além de aliados ocidentais e do Dalai Lama. Os cabos citam um contato chinês que disse à embaixada dos EUA em Pequim que o governo chinês estaria por trás da infiltração do sistema de computadores do Google no país em janeiro.

Planos da Coreia

Autoridades dos EUA e da Coréia do Sul discutiram planos para se formar uma Coreia unificada, no caso de colapso do regime da Coreia do Norte. O embaixador dos EUA em Seul afirma na comunicação que a Coreia do Sul considerava oferecer incentivos comerciais à China para "ajudar a mitigar" as "preocupações da China sobre o convívio com uma Coreia reunificada".

Guantánamo

Os cabos parecem revelar discussões entre vários países sobre o destino de presos libertados da base americana em Guantánamo, Cuba.
A Eslovênia recebe a oferta de um encontro com o presidente Barack Obama se o país receber um prisioneiro, enquanto Kiribati, no Pacífico Sul, recebe a oferta de milhões de dólares em incentivos. Bruxelas recebe a informação de que abrigar prisioneiros poderia ser "uma maneira barata de a Bélgica conseguir proeminência na Europa".

Líderes mundiais

Vários líderes mundiais aparecem nos documentos - mostrando as visões pouco elogiosas que os diplomatas têm deles. O premiêr da Itália, Silvio Berlusconi, é tratado como "displicente, vaidoso e ineficiente como líder europeu moderno" por um diplomata americano em Roma.

Em 2008, a embaixada em Moscou descreve o presidente russo, Dmitry Medvedev, como "um Robin do (premiê Vladimir Putin) Batman". Os cabos também tecem comentários sobre a relação extremamente próxima entre Berlusconi e Putin.
O líder norte-coreano Kim Jong-il é descrito como "um camarada velho e flácido" que sofre com o trauma de um derrame, enquanto o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é tratado como "Hitler".
O ministro de Relações Exteriores e Cooperação da África do Sul se refere ao presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, como "aquele velho maluco".

 EUA pediram a seus diplomatas para espionar líderes estrangeiros

Fonte: AFP

WASHINGTON, 28 Nov 2010 (AFP) -Os Estados Unidos ordenaram a seus diplomatas que atuassem mais ativamente no recolhimento de informações e realizassem tarefas de espionagem, segundo indicam os cerca de 250 mil documentos secretos vazados pelo site Wikileaks, que também revelam as opiniões americanas sobre os líderes estrangeiros e pedidos da Arábia para que o Irã fosse atacado por causa de seu programa nuclear.

Numa primeira reação, a Casa Branca condenou "nos termos mais fortes a publicação irresponsável e perigosa" desses documentos, afirmando que a iniciativa do WikiLeaks poderá fazer com que muitas pessoas corram riscos mortais.

"Que isto fique claro: tais revelações fazem nossos diplomatas correrem riscos", afirmou o porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs.

Os documentos secretos expostos pelo WikiLeaks - e publicados pelo New York Times e The Guardian do Reino Unido, entre outros jornais - revelam que os funcionários do Departamento de Estado tinham ordem de obter informações pessoais de hierarcas da ONU e figuras-chaves de países em todo o mundo.

Os textos se referem a tarefas tradicionalmente reservadas à Agência Central de Inteligência (CIA) e outras agências de espionagem, que foram transmitidos a embaixadas americanas na África, Oriente Médio, Europa Oriental, América Latina e a missão de Washington ante a ONU.

Um dos documentos, por exemplo, enviado aos diplomatas em nome da secretária de Estado Hillary Clinton, em julho de 2009, ordena que sejam obtidos detalhes técnicos dos sistemas de comunicação dos principais funcionários da ONU, indica The Guardian.

Isso inclui palavras-chave e códigos de encriptação pessoais utilizados em redes comerciais e privadas para comunicações oficiais.

O New York Times indica que um documento assinado por Hillary pede a seus funcionários na ONU que obtenham "informação biográfica e biométrica dos principais diplomatas a Coreia do Norte".

The Guardian acrescenta que a ordem também visava ao recolhimento de dados do secretário-geral Ban Ki-moon, em especial sobre "seu estilo de gerenciamento e tomada de decisões como que sua influência sobre o secretariado".

Washington também pede os números dos cartões de crédito, endereços eletrônicos, números de telefone, fax e, inclusive, as contas de passagens aéreas dos altos funcionários das Nações Unidas.

A ordem secreta para obter "inteligência humana nacional" foi enviada às missões dos Estados Unidos na ONU, Viena, Roma e 33 embaixadas e consulados.

As Nações Unidas anunciaram horas depois, em um comunicado, que "não se encontram em posição de comentar sobre a autenticidade do documento".

De qualquer maneira, disse confiar que os Estados membros respeitam a imunidade garantida à organização mundial.

Entre outros temas delicados, os documentos vazados pelo Wikileaks revelam, por exemplo, que o rei Abdullah da Arábia Saudita teria pedido aos Estados Unidos que ataquem o Irã para destruir o programa nuclear iraniano.

O monarca saudita teria pedido que os Estados Unidos "cortassem a cabeça da serpente" e afirmou que trabalhar com Washington para contrabalançar a influência iraniana no Iraque era "uma prioridade estratégica para o rei e seu governo".

Segundo outro documento, Israel teria pressionado os Estados Unidos a adotar uma posição mais firme com relação ao Irã em dezembro de 2009, ao afirmar que a estratégia americana de negociação com Teerã "não funcionava".

As revelações também dizem respeito ao que os Estados Unidos pensariam dos principais líderes mundiais. O chefe de Estado italiano, Silvio Berlusconi, por exemplo, é considerado irresponsável, e suas colega alemã, a chanceler Angela Merkel, "pouco adepta dos riscos e raramente criativa".

Outros funcionários descrevem o presidente francês Nicolas Sarkozy como "suscetível autoritário" e afirmam que o presidente afegão Hamid Karzai é "extremamente fraco".

Um funcionário americano descreve um diálogo com um conselheiro francês que chama o presidente venezuelano Hugo Chávez de "louco" e outro documento que expressa o interesse de Washington por conhecer o "estado de saúde mental" da presidente argentina Cristina Kirchner.

Notas & Informações

O que é o WikiLeaks:  é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sedeada na Suécia, que publica, em seu site, posts de fontes anónimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis.
O site foi construído com base em vários pacotes de software, incluindo MediaWiki, Freenet, Tor e PGP. Apesar do seu nome, Wikileaks não é um wiki - leitores que não têm as permissões adequadas, não pode editar o seu conteúdo.

Para a postagem, WikiLeaks recomenda vivamente o uso do Tor, visando preservar a privacidade dos seus usuários, e garante que a informação colocada pelos usuários não é rastreável. O site, administrado por The Sunshine Press, foi lançado em Dezembro de 2006 e, em meados de Novembro de 2007, já continha 1,2 milhão de documentos.
No site, a organização informa ter sido fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e tecnólogos dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul

Seu diretor é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista.
WikiLeaks recebeu vários prêmios para novas mídias, incluindo o New Media Award 2008 da revista The Economist. Em junho de 2009, a WikiLeaks e Julian Assange ganharam o Media Award 2009 (categoria "New Media") da Anistia Internacional, pela publicação de Kenya: The Cry of Blood - Extra Judicial Killings and Disappearances, em 2008  um relatório da Comissão Nacional Queniana de Direitos Humanos sobre a política de extermínio no Quênia

Em maio de 2010, WikiLeaks foi referido como o número 1 entre os "websites que poderiam mudar completamente o formato atual das notícias". Em abril de 2010, WikiLeaks postou, no website Collateral murder, um vídeo feito em 12 de julho de 2007, que mostrava civis iraquianos sendo mortos durante um ataque aéreo das forças militares dos Estados Unidos. Em julho do mesmo ano, a organização ganhou maior visibilidade mundial, ao divulgar o Afghan War Diary, uma compilação de mais de 76.900 documentos secretos do governo americano sobre a Guerra do Afeganistão. No mês de outubro, em articulação com grandes organizações da mídia, Wikileaks publicou um pacote com quase 400.000 documentos secretos, denominado Iraq War Logs, sobre a Guerra do Iraque.

Adidos de imprensa e embaixadores em contra-mão

Fonte: O País (Angola)

Alguns adidos de imprensa das missões diplomáticas e consulares de Angola no exterior queixaram-se dos “maus tratos” que têm recebido dos titulares das embaixadas no exercício das suas funções.
As preocupações dos adidos de imprensa de Angola acreditados em várias países do mundo e em organizações internacionais foram expressas, na terça-feira, 23 , num encontro realizado no renovado Centro de Formação da Angop, reinaugurado, nesse mesmo dia, pela ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira.

Parte das preocupações levantadas pelos jornalistas, que fazem a imagem de Angola no exterior, já haviam sido avançadas no Huambo, durante a realização do Conselho Consultivo do Ministério da Comunicação Social, mas a sua discussão plena e aberta, bem como a procura de soluções, ficaram remetidas para o encontro de terçafeira, a julgar pelas presenças do viceministro das Relações Exteriores para a Administração e Finanças, Carlos Bragança, e de um assistente da Casa Civil do Presidente da República.

Num informe apresentado pelo adido de imprensa no Japão, António Cristóvão Bragança, em nome dos seus colegas, diz-se que em alguns casos, o orçamento é insuficiente, noutros poderá haver um superavit, na medida em que “não têm conhecimento da verba destinada à área de imprensa”.
“Os ministérios das Relações Exteriores e das Finanças enviam mensalmente a quota financeira para cada uma das missões e é discriminado o valor destinado a cada um dos sectores, mas, nem sempre o de imprensa é do conhecimento do adido”.

Estes queixaram-se também do facto de algumas missões consulares não aceitarem efectuar o pagamento das propinas dos filhos dos adidos de imprensa matriculados em colégios.
Segundo eles, existe um decreto em que se esclarece que no caso dos filhos dos diplomatas matriculados no ensino privado, os pais devem pagar 50% do valor, ficando o restante sob responsabilidade da embaixada, o que nem sempre acontece.

Falando concretamente do país onde funciona, o Japão, António Bragança disse mesmo que o pagamento das escolas embora seja de 50%, como diz o decreto, ali, os filhos de outros funcionários da embaixada têm pagos as propinas a cem por cento e de forma adiantada, mas os educandos dos homens de imprensa não.
Tanto quanto se sabe, isso na versão dos homens de imprensa no exterior, o Ministério das Finança já autorizou o pagamento desse tipo de operações, mas na verdade é que a sua execução tarda a ser aplicada, segundo os adidos “devido ao capricho, quer dos chefes de missão, quer dos adidos financeiros, que controlam os orçamentos.” O uso de telecomunicações é outro calcanhar de Aquiles para a vida dos adidos de imprensa. Segundo o porta-voz do encontro, Cristóvão Bragança, há colegas seus que estabelecem comunicações com o país, e não só, com recurso aos seus próprios meios, nomeadamente a internet e os telefones celulares.

“A nossa actividade para além de transversal, não tem horário e muitos de nós trabalhamos justamente até altas horas em casa e depois há diferença de fusos horários nos países em que muitos de nós trabalhamos”, lembrou.
Falta de dignidade
No essencial, o que ficou retido no encontro é que os adidos de imprensa exigem dos chefes de missões no exterior maior dignidade e respeito no tratamento, para que possam cumprir cabalmente com as suas tarefas.
Um dos casos que os adidos de imprensa consideram injusto tem a ver com o facto de viajarem em classe económica, quando os seus colegas militares e, fundamentalmente, os das finanças fazem-no em classe executiva, o que consideram “atitude estranha”, a julgar pelo carácter das actividades que qualquer um deles desempenha em nome de Angola no exterior.
Os adidos de imprensa não deixaram de denunciar as injustiças na atribuição de viaturas. Queixaramse também do facto de não obterem autorização de viagem a Angola, muitas vezes, quando convocados pelo Ministério de tutela.
O caso mais flagrante acontece com a adida de Angola no Reino do Marrocos, que por diversas vezes não respondeu a nenhuma chamada para reuniões em Angola ou mesmo no exterior, “por capricho do embaixador”.
Viaturas causam desamores
Periodicamente, as missões diplomáticas recebem viaturas para os seus funcionários mas, estranhamente, dizem, em algumas delas, os adidos de imprensa não são contemplados.
A adida de imprensa na Suécia, embora ausente do encontro, também é outra que passa por vicissitudes em termos de transporte. Na maioria dos casos circula de metro ou de autocarro para cumprimento das suas tarefas.
As embaixadas da Bélgica e de Moçambique são as únicas que atribuem subsídio de primeira viagem do ano aos seus adidos de imprensa, quando chamados a cumprir missões fora dos países em que estão vinculados, as restantes não beneficiam.
Sobre este aspecto, os adidos de imprensa sugeriram ao vice-ministro das Relações Exteriores para a Administração e Finanças, a uniformização da questão relativamente à atribuição dos referidos subsídios de primeira viagem do ano.
Adidos serão avaliados
Noutra vertente, a ministra Carolina Cerqueira disse que aos adidos de imprensa será exigido um papel mais dinâmico, mais actuante, mais presente na divulgação das realizações do país.
A governante garantiu que o seu pelouro vai continuar a trabalhar com os nossos embaixadores para que possa ter os resultados que nós ansiamos.
Segundo Carolina Cerqueira, o trabalho dos adidos de imprensa será avaliado e anunciou mesmo que “não será mais como agora em que muitas vezes não se nota que há um adido de imprensa de Angola numa embaixada, porque não há informações”.

Esse trabalho, esclareceu, vai ser avaliado sob vários pontos de vista e à medida que for avaliado, “nós também vamos fazer a rotação das pessoas”.
“Estou há pouco tempo no Ministério da Comunicação Social, mas já deu para fazer uma avaliação onde é que eu posso contar com trabalho mais dinâmico, mais penetrante, não só junto das comunidades que estão na diáspora, mas junto sobretudo dos órgãos de comunicação social dos países onde vocês estão a efectuar o vosso trabalho e para fazer a divulgação da nossa realidade no exterior”, disse.

A ministra, a propósito, afirmou   que espera não só ouvir reclamações exigindo condições e privilégios. O seu pelouro vai exigir “um trabalho aturado, um trabalho de especialidade e um trabalho de penetração junto das comunidades , para também colhermos os nossos dividendos.” “Há adidos que não estão presentes, mas é importante essa interacção e tivemos a oportunidade de trazer para aqui a entidade do MIREX que responde por estas questões, por isso vocês têm de entender que temos dificuldades de articulação, orçamentais e vamos trabalhar nisso”, garantiu.

José Meireles
26 de Novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

“Um Novo Olhar sobre à Guiné-Bissau”



“ Quando o ouvido se torna, o único repositório da ligação com a informação…Tudo o que se escuta converte-se no único observatório do imaginário…”  Michel Serres


" Um Novo Olhar sobre à Guiné-Bissau" é este o título escolhido para a exposição de Pintura Batik, do guineense Anselmo José Godinho, que a partir de ontem está aberto ao público e estará até a próxima quarta-feira, dia 1 de  dezembro, na galeria Casa da  Cultura,  na rua Angola, em Santa Iria da Azóia. Chegou-me às mãos, graças ao amigo e conterrâneo, Joãozinho Ié, por via da Internet. Logo virtual!

Quis logo conhecer melhor o pintor guineense, Anselmo José Godinho. Ao telemóvel conversamos e em género de entrevista para ser publicado, confessou que aprendeu esta técnica de pintura “em Gâmbia, graças a uma Bolsa de Formação, atribuída pela delegação da União Europeia (UE), em Bissau”. É uma técnica tradicional, Batik, onde o tecido substitui, neste caso à tela ocidental, e é no Batik, que consegue exprimir, comunicar e “tentar passar uma mensagem” para o Mundo.

Nascido na Guiné, José Godinho, começa a desenhar com o carvão no chão, e só depois começa à lapíscar, como ele próprio confirma “na minha infância com ajuda de um primo mais velho”. Se expõe ao público pela primeira vez em 1995, num evento realizado pelo Centro Cultural Brasileiro de Bissau, e lembra-se que nessa altura deu uma entrevista – “ foi a um jornalista do jornal português ‘Independente’, olha tem o um apelido igual ao seu, Araújo… Jorge Araújo, se a memoria não me falhar, é este o nome, engraçado nunca mais soube dele???”.

Quando através do aparelho móvel, tentamos perceber melhor, descortinando um pouco mais o que pretende mostrar, com os quadros com este título “Um novo olhar sobre a Guiné-bissau” foi sintomático “ partiu duma pergunta que fiz a minha cabeça, o que posso fazer, para mudar essa imagem que se criou do meu país?”.

“Muita gente com quem tenho conversado aqui em Portugal, julga que nós os guineenses somos violentos…tenho-os dito que isso é a imagem que se tem passado, por causa dos conflitos políticos, pois na realidade nós somos pacíficos”. E o quadro que levanta essa questão é essa do flayer da exposição, que ilustra esta pequena crónica.

“Ainda sonho um dia acordar e, ver na televisão ou ler notícias mais positivas sobre a minha terra, onde às pessoas convivem num ambiente político, verdadeiramente democrático, onde não se utiliza à violência como única via para resolver os problemas, onde não se torture e se humilhe pessoas como se tem feito até agora…” disse José Godinho que considera ainda, alimentar uma pequena esperança – “ espero poder um dia levar esta exposição para à Guiné-Bissau, mas primeiro, tinha que dar este primeiro passo que foi fazer esta exposição, aqui em Portugal, e foi graças a  um microcrédito concedida pela Associação Nacional do Direito ao Crédito, e  ao espaço cedido pela Junta de Freguesia Santa Iria de Azóia… Por exemplo tive que ir comprar as tintas em Gâmbia, pois as comercializadas cá em Portugal, não se adapta ao pano”

Acredita dedicar-se um dia só à pintura, para produzir mais quadros, divulgar o Batik esta expressão de arte, mas tudo depende como confessa “de como vai correr esta primeira etapa”. Quando terminou a nossa conversa por telemóvel, embora não o conheça pessoalmente, e sem mesurar juízos de valor, quem sou eu para julgar quem, mas imaginei que o Anselmo José Godinho, um conterrâneo com uma ligação forte e profunda com à Guiné. Conhecendo as dificuldades e adversidades da emigração, de cor e salteado, como todos aqueles que um dia tiveram que deixar o país onde nasceram. 

Mas (dizia) imaginar que se consegue tempo e dedicação para a pintura Batik, e depois do que escutei da nossa conversa,  não vou poder fugir aquela expressão popular que diz cito “quem fala assim não é gago”. Pois pelas palavras proferidas, senti logo que valeu a pena e foi muito interessante, a conversa. Porque em poucas palavras e de forma simples, Anselmo José Godinho, revelou, a sua forma de sentir o país que o viu nascer, fazendo o que sabe e pode. Obrigado irmão, ajudou-me a ter uma matéria para publicar aqui neste mural que se chama Ordidja. Ao leitor que vai nos acompanhando, nas horas vagas, resta-me apenas convida-lo a aceitar aquele abraço, deste que acende o holofote, quando se entra neste espaço virtual.  

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Festival de Cinema Africano de Verona


GENERATION: IERI, OGGI E DOMANI
DEL SOGNO INDIPENDENTE AFRICANO

Trinta anos depois da primeira mostra na cidade de Verona, o Festival de Cinema Africano, desta cidade italiana, teve como título este ano “Geração: ontem, hoje e amanha”. Um titulo escolhido para celebrar, este evento cinematográfico, que se tornou referência nos dias de hoje. O certame da sétima arte africana de Verona celebrou, três décadas de existência e mais do que nunca consolidou a sua performance de um dos palcos de maior divulgação do cinema africano na Europa.

No site: www.festivalafricano.altervista.org pode-se ler como tudo começou, a partir do ano 1970. Segundo o mesmo site, o impulso maior para a efetivação deste projeto foi dado em 1981 com o engajamento da revista “Nigrizia dei Missionari Comboniani” e com envolvimento do “Centro Missionário” desta congregação católica. A epígrafe que reforça os objetivos deste festival fundamenta-se pelo seguinte: “dare una visione più vera delle realtà del continente africano”.

Ângelo Torres ator e realizador são-tomense já em Lisboa, depois de ter participado este ano como júri deste festival que decorreu entre os dias 12 à 21 de Novembro, falou à Ordidja como tudo correu. Contando já com duas participações no evento, embora tenha sido visto, numa primeira vez, em 2002, enquanto ator no papel secundário, no filme “NHA FALA” do realizador guineense Flora Gomes, que foi o vencedor deste certame nesse ano. Ângelo Torres foi chamado a participar pela primeira vez como realizador em 2008, com o filme em curta-metragem “KUNTA”. 

“Mais uma vez fiquei impressionado com a capacidade de organização e o entusiasmo manifestado pelo público italiano” afirmou o realizador são-tomense, que enfatizou ainda “este ano foram selecionados 28 filmes, entre longas e curtas-metragens e documentários”. Segundo Torres, no certame deste ano os temas sobrevoaram sobre algumas questões que têm dominado a sociedade italiana e algumas situações candentes da realidade africana “ a imigração e os problemas dos africanos numa Europa em crise dominaram as discussões durante as palestras que decorreram durante o festival” sublinhou.

“Durante os dias do festival foi notável a participação dos mais novos na assistência, e houve deslocações em algumas escolas para que a partir de crianças ou jovens se comece a consciencializar sobre a multiculturalidade do espaço europeu da atualidade…achei isso extremamente positivo” considerou Ângelo Torres, que focou dois aspetos importantes que mereceram a nossa atenção – “ este ano houve dois filmes que mereceram largos comentários, um deles foi de ficção científica duma realizadora ganesa que vive no Quénia e o outro, um musical extraordinário do Senegal, fugindo assim ao ‘cliché’ que se tem colado aos conteúdos do cinema africano” um outro aspeto que o realizador são-tomense quis reforçar foi – “ existe uma necessidade de um ‘push on’ na sensibilização dos lideres e governantes africanos, para que tenham em linha de conta que o cinema é uma industria, que gera rendimento, emprego e pode ser uma montra para a promoção de qualquer país hoje em dia”.


Já a conversa ia longe, quando para rematar o Ângelo Torres disse “ um dos temas de debate que também gostaria de focar, foi à questão, dos conteúdos do cinema africano, pois considero que mais do que nunca, precisamos introduzir, à vertente lúdica e os ‘love story’, isso para que tenhamos mais público”
Mais palavras para quê?           

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mami Wata - Bembeya Jazz National

Os magníficos, os emblemáticos os inesquecíveis e mais não escrevo porque provavelmente só quem na altura escutou nas antenas das rádios estes lendários reconhece o valor dos Bembaya Jazz Orquestra Nacional.

No rescaldo da Independência da Guiné Conakry em 1958 e através da política cultural de "authenticite", que encorajava o orgulho cultural, inúmeras bandas foram criados em todas as regiões da Guiné Conakry.
Especializados em arranjos modernos das músicas mandingas clássicas, o Grupo Bembeya Jazz, venceu o 1 º prémio em dois Festivais Nacional de Arte em 1964 e 1965 e foram coroados "Orquestra Nacional" em 1966. 

Bembaya Jazz Orquestra Nacional, ganhou fama na década de 1960 revolucionando o panorama da musical da costa ocidental africana com os ritmos Afropop. Eles são considerados, uma das bandas mais importantes na história da música guineense, de Conakry.

Muitas das suas gravações são baseados na música popular tradicional do país e foram fundidos com jazz e estilo Afropop. Com a criatividade do guitarrista Sekou 'Diamond Fingers' Diabate, que cresceu numa família tradicional dos “griot” esta banda conquistou fãs em Conacriy, e no mundo, durante os tempos áureos da independência daquele país. E esta música foi das que mais marcou a ascensão deste grupo! Vale a pena escutar!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

FotoGreve

Ordidja acompanhou algumas manifestações de rua no dia da Greve Geral, para além da guerra dos números entre o governo e os sindicatos!







segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Japão apoia assistência alimentar nas escolas da Guiné-Bissau



Fonte: LUSA

O Programa Alimentar Mundial e o Japão prolongaram até dezembro de 2011 o projeto bilateral para contribuir para a redução da pobreza na Guiné-Bissau, refere um comunicado daquela agência ONU…
 
Segundo o documento, o objetivo de combater a pobreza naquele país da
África Ocidental vai ser concretizado através da "recuperação de terras para cultivo de arroz no vale do rio Geba" e na melhoria da situação alimentar.
 
Em setembro, o Governo japonês disponibilizou cerca de três milhões
de dólares para apoiar o programa de cantinas escolares do PAM no país. 
Na Guiné-Bissau, o programa de cantinas escolares cobre cerca de 800
escolas e fornece uma refeição diária a mais de 120 mil crianças. 
 
A assistência alimentar do PAM nas escolas guineenses ajuda ao desempenho escolar dos alunos e contribui para diminuir a disparidade entre rapazes e raparigas que frequentam os estabelecimentos de ensino. 
 
As meninas, para além das refeições nas escolas levam para casa uma
ração adicional, como incentivo aos pais para que mantenham as filhas nas escolas. 

O PAM é a maior agência alimentar do mundo e alimenta anualmente mais
de 90 milhões de pessoas em mais de 70 países. 


Nota Ordidja

Sabia que: Japão é o nome ocidental para Nihon ou Nippon. De origem chinesa, que significa "origem do sol" que indica que o país está a leste da China (onde o sol nasce).

39 mulheres assassinadas em 2010



Fonte: Diário de Noticias

O Observatório das Mulheres Assassinadas da UMAR anunciou hoje que este ano foram já assassinadas por violência doméstica e de género 39 mulheres, mais dez do quem em 2009.

Também as tentativas de homicídio subiram para 37, tendo sido 28 no ano anterior, afirmou Maria José Magalhães, que salientou o facto destes dados serem provisórios. Face a estes números, a dirigente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) reiterou a necessidade de reforçar as medidas de polícia, avaliação de risco e aplicação de medidas de coação, no sentido de melhor preservar a segurança e protecção das vítimas.

Defendeu ainda "a tipificação autónoma do crime de homicídio por violência de género". Da análise efectuada pelo Observatório de Mulheres Assassinadas verifica-se que, na maioria das situações, existiam antecedentes relativamente ao crime de violência doméstica, registando-se mesmo processos-crime em curso. Contudo, sustentou, "o sistema não se mostrou eficaz" para evitar que estes casos se tornassem "fatais ou quase fatais".

O relatório do Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA) revela que 64 por cento do total de vítimas foram assassinadas às mãos daqueles com quem ainda mantinham uma relação, seguindo-se o grupo daqueles de quem elas já se tinham separado, ou mesmo obtido o divórcio (20 por cento). Além das 39 mulheres vítimas mortais até agora registadas, foram também assassinadas mais onze pessoas (descendentes e outros familiares), perfazendo um total de 50, refere o mesmo documento.

Em relação às tentativas de homicídio até agora identificadas, a relação é semelhante, correspondendo 62 por cento a maridos, companheiros, namorados e outras relações de intimidade, 24 por cento a relações que tinham terminado (incluindo divórcios) e os restantes 14 por cento a descendentes directos e outros familiares. A faixa etária onde este ano se registou maior número de homicídios foi no intervalo entre os 36 e 50 anos, correspondendo a 36 por cento das vítimas. Seguem-se o grupos etários das vítimas com idade entre os 24 e os 35 anos (31 por cento) e entre 18 e os 23 anos (25 por cento).

“semelhança dos anos anteriores são os meses de maio a outubro que registam o maior número de homicídios, registando Julho o maior número, com oito mortes.”

Por distritos, destacam-se negativamente Lisboa e Setúbal, com oito homicídios, seguindo-se Faro, Madeira e Porto, com quatro. Para alertar a população para a necessidade de mover esforços no sentido da diminuição da violência doméstica e do homicídio conjugal, a UMAR promove sábado na Rua de Santa Catarina, no Porto, a iniciativa "Grito por Justiça". Esta ação está integrada na Campanha Internacional "16 dias de Activismo contra a Violência de Género" que decorrerá entre 25 de Novembro a 10 de Dezembro em mais de 140 países, com o apoio da ONU.


Notas Ordidja

Este assunto é repugnante e incompreensível no século em que vivemos. Todos os indivíduos que cometem atos de violência física ou psicológica na mulher, são uns criminosos que andam a solta, mas sobretudo são pessoas sem escrúpulos quando se vê, que são os primeiros a chamar os outros de criminosos.

Os perfis destes criminosos são praticamente idênticos em todas as partes do Mundo são sobretudo: indivíduos que não respeitam a Dignidade da Mulher, que não respeitam os Direitos da Mulher e fundamentalmente não respeitam à Vida da Mulher!

Espero que as mulheres que sofrem nas mãos destes Monstros tenham cada vez mais coragem, de denuncia-los à Justiça, e que saibam que a Lei e o Direito estão do lado delas. Deixem de ser vítimas silenciosas e denunciem este crime contra a Humanidade!

Al-Qaida se junta aos traficantes de cocaína

Fonte: Africatime.com


Exclusif - Al-Qaida s’invite chez les trafiquants de cocaïne
France Soir - 18/11/10

Un sommet de la drogue a été organisé en Afrique, fin octobre, pour établir les nouvelles routes de la cocaïne. A la table des négociations, les cartels colombiens et un émir d’Aqmi, suspecté d’être l’assassin de l’otage Michel Germaneau.

C’est une scène qui ne déparerait pas dans un deuxième remake de Scarface : une petite île à l’ouest de l’Afrique avec sa piste d’aviation privée et la maison qu’un narcotrafiquant s’est fait construire au pied d’une colline. A l’intérieur de la demeure, les gros bonnets des cartels colombiens, leurs lieutenants chargés de la logistique, divers contrebandiers sahéliens et un représentant de l’organisation terroriste al-Qaida au Maghreb islamique (Aqmi)…

D’après un document diplomatique dont nous avons pris connaissance et confirmé par plusieurs sources, la CIA vient d’alerter les autorités de Guinée-Bissau qu’un sommet de la coke s’est déroulé sur son sol à la fin du mois d’octobre. Cette réunion a eu pour cadre une île de l’archipel des Bijagos.
L’ordre du jour des barons de la drogue colombiens ? Passer en revue les routes de la coke du golfe de Guinée jusqu’en Europe et nommer les nouveaux responsables de son acheminement, une série d’arrestations ayant ces dernières semaines décapité leur réseau de distribution.

100 % garanti
La participation d’« Abdelkrim le Touareg », un émir d’Aqmi, à ce sommet de la coke apporte la preuve de l’intérêt croissant de l’organisation terroriste pour le narcotrafic. Aqmi, qui opère dans une immense zone désertique située aux confins de l’Algérie, de la Mauritanie, du Mali et du Niger, est un passage obligé de la « Sahel Connection ». Un policier fin connaisseur de l’Afrique ose la comparaison avec notre banlieue parisienne. « Un quartier déserté par les forces de l’ordre, ceux qui en ont le contrôle peuvent y faire ce qu’ils veulent. C’est pareil au Sahel. »

Plus précis, un trafiquant de drogue aurait raconté aux services secrets français comment il travaillait avec Aqmi. D’après lui, les terroristes assuraient aux « narcos » une garantie sur 100 % de la marchandise de l’entrée jusqu’à la sortie de leur territoire. L’enquêteur déjà cité s’interroge de ce qui ressortira du « consortium » des Bijagos. « On s’attend à de nouvelles méthodes. Les Colombiens et Aqmi ne se sont pas déplacés pour rien. »
Il y avait urgence. La police marocaine a démantelé le mois dernier une branche du réseau, tombée pour avoir envoyé au moins 600 kg de cocaïne en Europe via le Mali, le Maroc et l’Algérie.

« Air Cocaïne »
Le ministre marocain de l’Intérieur a déclaré que ce réseau international était dirigé par les cartels basés en Amérique latine : « La drogue en provenance de Colombie et du Venezuela arrivait dans le nord du Mali, où elle était stockée. De là, Aqmi lui faisait traverser le Sahara – par la Mauritanie ou l’Algérie – pour l’acheminer au Maroc, voire jusqu’en Europe. »

En garde à vue, une des têtes du réseau aurait, d’après nos informations, beaucoup parlé. L’homme aurait notamment révélé avoir été impliqué dans l’affaire dite « de l’avion d’Air Cocaïne ». En novembre 2009, un Boeing 727 en provenance du Venezuela avait dû se poser en catastrophe dans un champ de mines dans la région de Gao, au Mali. Il transportait près de 10 tonnes de cocaïne. Sa marchandise avait été déchargée avant que l’avion ne soit incendié. Lors d’une rencontre au printemps, la DEA, les « stups » américains, nous confiait que les trafiquants avaient pris le temps de retirer tous les numéros de série de l’avion.

Des émules sur le Net Selon le trafiquant impliqué au Maroc, des membres d’al-Qaida ont conf-duit un camion de carburant jusqu’au Boeing. Les terroristes auraient tenté de faire démarrer l’appareil, mais sans pouvoir décoller du fait de la mauvaise qualité du carburant. Avant ce témoignage, différents services de renseignement évoquaient des 4 X 4 d’Aqmi qui avaient évacué la drogue. « On a compris qu’al-Qaida était derrière et qu’on ne reverrait jamais la drogue quand on a vu qui vivait à côté », raconte une source proche de l’affaire. A quelques dizaines de kilomètres se trouve le village d’Iyad ag Ghali, un intermédiaire entre les autorités maliennes et l’émir d’Aqmi Abou Zeid. Cet ex-chef rebelle était intouchable. Il négociait pour la France la libération de l’otage Pierre Camatte.

« Au Mali, les drogues sont devenues le vrai business, raconte Anne Giudicelli, experte de l’agence Terrorisc. C’est devenu le principal moyen de subsistance d’Aqmi. Le budget de fonctionnement est assuré par les trafics, les rançons des otages constituent le fonds d’investissement pour les attentats. » Au printemps, Antonio Maria Costa, alors directeur de l’Office des Nations unies contre la drogue et le crime (ONUDC), faisait le même constat : « Dans le Sahel, les terroristes puisent dans les ressources du trafic de drogue pour financer leurs opérations, acheter des équipements et payer leurs troupes. » Joint en début de semaine, un responsable français de la lutte antiterroriste assure, lui, le contraire : « Pour Aqmi, en termes d’image, ce serait catastrophique. Les services secrets marocains et d’autres pays font passer ce message pour discréditer les terroristes. » En même temps, cette source ne nie pas la tenue du sommet de la coke et la participation d’Abdelkrim.

En attendant, Aqmi fait des émules. Un expert du terrorisme nous confiait récemment que, sur un forum Internet, des sympathisants ou membres identifiés d’al-Qaida au Moyen-Orient s’interrogeaient sur la position à tenir par rpport au trafic de drogue.
Matthieu Suc 18/11/10 à 08h00


Nota & Informações

Depois de ler este artigo fiquei extremamente estupefacto com a ameaça que pode derivar desta mistura explosiva! Em relação ao nosso país, julgo estar na hora de reforçarmos a Vigilância, Atenção e Segurança, porque só assim este, MAL, nos passará ao lado.
    
A ilustração para este artigo foi tirada do livro “Narcotráfico” de José Arbex Jr. da editora Moderna numa coleção denominada: Polémica,  aqui vai um pequeno comentário sobre esse livro:

Nesta obra, o autor procura entender as questões das drogas dentro de um contexto amplo, eliminando da discussão os elementos morais e procurando entender a questão do narcotráfico dentro de um grande jogo de poder.

O narcotráfico forma um império de 500 biliões de dólares anuais, corrompe políticos e policiais e compra a industria e o comércio de países inteiros. Seus consumidores são homens e mulheres de todas as idades e profissões, de todas as classes sociais.

As máfias do narcotráfico formam "Estados dentro do Estado", com suas próprias leis e exército. Isso acontece também na Amazónia, principal produtora da folha de coca, matéria-prima para a produção de cocaína. Ali estão concentrados os mais poderosos grupos de comércio de drogas.
A guerra movida pelos EUA contra os narcotraficantes da Colômbia, Bolívia, Peru e Brasil tem portanto uma dimensão geopolítica: quem controla a Amazónia. A "guerra ao narcotráfico" envolve mais do que interesses económicos e morais.  

Resta-me apenas agradecer ao Tony Tcheca pela “dica” e recomendação de leitura. Muito obrigado mais-velho… Espero continuar a contar com a tua prestigiosa colaboração. Fica bem!

Voltem sempre!!!  

domingo, 21 de novembro de 2010

Não há narcotraficantes propriamente dito na Guiné-Bissau

               Foto: U.E. Martinho Dafá Cabi


IIª Parte: Entrevista com M.D.C

O – Vamos falar também do Martinho Dafá Cabi, chefe de governo ou primeiro-ministro da Guiné-Bissau isto para perguntar qual o balanço que faz desse período?

M.D.C. – Bom como sabe nós tivemos em mãos, um governo numa fase de transição, ou seja, vamos recuar no tempo, para constatarmos que o governo legalmente eleito e vencedor das legislativas de 2004 ganho pelo PAIGC, teve problemas pelo facto de existirem desentendimentos de dois órgãos de soberania e institucionais, à Presidência da República, e à Primatura. Se abordarmos de forma profunda esta questão, reparamos que pelo facto de duas pessoas, terem problemas pessoais, repito, problemas pessoais, não dignificando as Instituições que representavam, fizeram com que esses problemas pessoais fossem transformados em problemas de política nacional, ou numa questão de Estado. Essa foi a verdade dos factos. Mas também não houve da direção do nosso partido, uma abertura atempada, para dar melhor resposta a essa situação.

Quero portanto dizer que, um partido que ganhe as eleições legislativas, com uma maioria relativa, como era o caso, tem que ser esse partido a reconhecer e a avaliar se deve governar ou não, com os outros partidos. Essa iniciativa nunca deve partir de um Presidente da República (PR). Portando, o partido vencedor é que decide, se aceita coligação ou não, sob pena de ser derrubado na Assembleia Nacional Popular. E o que se verificou na altura foi – a demissão de um Governo eleito, porque alguns deputados se juntaram e convenceram o PR, criando uma crise fictícia, que viria a derrubar o governo legitimado através do voto. Foi isso que aconteceu, com o agravante dos problemas pessoais que vinham de trás, a decisão foi o que se viu! Portanto as pessoas que não ganharam nas urnas foram ganhar na Presidência.

Nós entretanto enquanto militantes e deputados do PAIGC, não baixamos os braços, depois de um ano a concertar numa primeira fase com o PRS, e depois com o PUSD, conseguimos um facto único na era da Democracia. Que resultou numa demissão daquele Governo imposto pelo PR, por via democrática, e na assembleia, através duma Moção de Censura. Isso nunca tinha acontecido na jovem Democracia guineense.  

Mas já só faltavam praticamente um ano, para o fim da legislatura, e com tão pouco tempo, não podíamos fazer muita coisa, decidimos fazer uma intervenção que se resumiu na tentativa de: acalmar o ambiente político, combater os fenómenos mais preocupantes, trabalhar a imagem do país e organizar as eleições. Mas como nunca temos tempo para governar na Guiné-Bissau, inventou-se uma outra crise, que resultou na queda do nosso governo. Mais uma crise inventada, para juntar as outras…

O – Temos memórias desse período, houve até uma situação um pouco embaraçosa envolvendo também o seu Ministro de Interior na altura, que era o falecido Baciro Dabó?

M.D.C. – A nossa compreensão e visão do país era diferente daquela que o PR, tinha. Tivemos grandes divergências, com ele, mas uma coisa é certa, nunca trouxemos isso cá para fora, pois consideramos que o Estado, é como se fosse uma família, as confrontações internas tinham que ser resolvidas internamente, tentamos sempre harmonizar as pessoas, se reparar o nosso governo, nunca teve problemas com os jornalistas, houve uma liberdade de expressão sem precedente. Mas sobre o caso que me pergunta, o problema ficou resolvido rapidamente, e não foi preciso muita coisa, apenas mostramos uns e outros, de forma clara, quem era o Primeiro-Ministro e quem era o Ministro do Interior. As responsabilidades estão escritas no papel de cada um. 

O – O vosso governo também tinha um nome baseado numa carta, pacto, fórum…Estabilidade Nacional…

M.D.C. – Exatamente, o nosso governo chamou-se de Pacto de Estabilidade Política e Governativa. Tivemos elementos do PRS (Partido Renovação Social) do PUSD (Partido Unido Social Democrático) e alguns independentes, no governo. Tentamos sempre incluir mais pessoas e incluímos várias formações políticas, como se pode constatar. Porque quando tivemos aquele episódio em 2005, tivemos que fazer alguns estudos ‘existem documentos para quem quiser consultar’. Até hoje mantenho a tese de que só se conseguirá governar equilibradamente, incluindo. Até porque fizemos um estudo, como dizia a pouco, e percebemos que na Guiné-Bissau, nos próximos 10 à 12 anos, mesmo que um Partido ganhe – tendo até 80 deputados, se não souber conviver com os outros partidos, se não souber desenvolver uma boa via de diálogo e concertação com os movimentos da sociedade civil, vai ter sempre dificuldade em governar, e será por vezes uma desgraça. E vai ter que inventar ou criar algumas crises fictícias, para poder se manter ou sair no poder. E infelizmente isso está a repetir-se na nossa política.

O – Para não sairmos deste tema, até porque neste momento estamos a assistir momentos conturbados, o que leva muitas pessoas a avançarem que provavelmente o problema está no sistema político guineense, sendo semi- presidencialista, e pelo o que se tem visto nos últimos 16 anos, pois nunca um governo resistiu uma legislativa completa,  qual é a sua opinião sobre isso?

M.D.C. – Então neste caso, o que podará dar certo, na Guiné? Ao meu ver, isso depende dos homens, e não do sistema. Então não tivemos um partido único, e em quê que se deu? Onde tínhamos só um Presidente, que era chefe de Estado e chefe de Governo. O quê que se deu? Foram 18 anos! Nestes moldes é que devemos ver as coisas, nós é que não implementamos as coisas como deve ser. Porque está claro, se assumirmos o compromisso com o que está escrito na Lei e na nossa Constituição, formos capazes de interiorizar bem: o Papel do PR, o Papel da Assembleia Nacional Popular; o Papel do PM e o Papel do Poder Judicial, e cumprirmos todos seguindo à ‘pé da letra’ aquilo que está escrito, não haverá problema nenhum na Guiné-Bissau.

Mas quando temos situações em que o PR quer constantemente fazer o papel do Chefe do Executivo, aí vais ter problemas e haverá crises políticas, e quando também o PM não respeitar os outros partidos da oposição e muito menos a sociedade, aí terás problemas. Quando também o PM, não respeitar os militares, vais ter problemas, e quero chamar atenção pelo seguinte – quando analisamos as questões desastrosas da nossa política, fazemos sempre enfoque para os militares, mas na verdade sou da opinião que todos os problemas têm origem na classe política. A classe política parece não ter um sentido de União. Aliás o segredo foi-nos mostrado pelo Cabral, a arma do sucesso da nossa luta foi a União.

Quando alguém conseguir levar todos os guineenses no mesmo barco, mostrando um projeto de Unidade Nacional, credível e sério, não teremos mais problemas. (Problemas na Kaba na Guiné). Mas é fundamental que não se segregue ninguém, pela sua origem étnica, deixarmos de ver o outro, primeiro como Bijagós, Balanta ou Fula e, passarmos a vê-lo como guineense. O guineense! Se despirmos todos desses preconceitos que nos separam, que nos dividem e passarmos a olhar para os nossos princípios comuns, não haverá problemas na Guiné-Bissau.

Mas o que acontece até agora e foi-se fazendo até então foi criar maneiras de separarmo-nos pelas nossas origens, e deixa-me dizer-lhe que à classe política tem a maior cota de responsabilidade nesta questão. Temos todos que parar com isso.     

Aliás quando escutei o discurso de tomada de posse do PR, havia no discurso, uma  passagem em que ele sublinhava que seria “o garante da estabilidade e reconciliação nacional” fiquei satisfeito e peço ao PR que se oriente por esse caminho, porque só ele enquanto primeiro magistrado está em condições de proceder essa mudança. Conhecendo-o como o conheço, ele é um homem pacífico e dialogante capaz de elevar o nível da Democracia guineense. Porque todos sabemos que uma “moranssa” (grande casa de família) que não tem chefe de família, não tem nada. E no Estado temos que servir e não ser servidos. Mas por vezes é a pobreza que nos torna muito vulneráveis e, o estado de sobrevivência que se instalou no nosso país leva-nos a ter que suportar muitas coisas.
Foto: U.E delegação guineense saudada pela congénere portuguesa

O – Visto os problemas políticos, falou da Pobreza e de algumas questões Sociais, enquanto primeiro-ministro, teve que lidar com um tema central e defendeu até combater de forma frontal as questões ligadas com esse tema, o Narcotráfico, como foi esse período?

M.D.C.– Posso até lhe garantir que tivemos grandes sucessos no combate ao Narcotráfico. Nós definimos claro que iríamos combater esse flagelo em todos os cantos da Guiné-Bissau, custe o que custar. Mesmo que tivesse que custar as nossas vidas, deixamos claro que iríamos aceitar esse desafio. Mas nessa matéria, é preciso dizer que a Comunidade Internacional não tem ‘grandes verdades’ com relação à Guiné-Bissau. Prometem grandes apoios, e maior parte das vezes esses apoios não chegam. E quando chegam, vêem fora do prazo planeado e prometido. E isso dificulta grandemente a política de combate, ou mesmo toda a estratégia montada.

Mas nós internamente mobilizamos alguns mecanismos, por exemplo convocamos todas as instituições e todas as pessoas em que pendiam algumas informações e acusações de envolvimento no tráfico, e fomos muito claro com eles. Nós afiançamos-lhes que não iríamos aceitar e nem tolerar, qualquer tipo de envolvimento desses indivíduos no narcotráfico. Começamos com os militares, em pouco tempo conseguimos fechar o aeroporto de Cufar, depois fechamos o aeroporto de Gabu mas é bom que se diga, fizemos tudo isso graças ao envolvendo das nossas Forças Armadas e Forças de Segurança. Em Bubaque, conseguimos travar os voos noturnos, lembram-se que capturamos na altura dois aeronaves em Bissau. Olhe por exemplo um desses aviões, foi colocado em leilão agora pelo governo. Esses aviões foram detidos quando tivemos a dirigir o Governo.

Em relação a uma dessas aeronaves, tivemos um caso extremamente estranho, isto porque: nunca se descobriu quem autorizou a aterragem no aeroporto dessa aeronave.

Quando tivemos as informações fidedignas, de que se encontrava no solo guineense um avião que transportava grandes quantidades de cocaína, nós entramos logo de imediato em ação. Primeiro, tentamos saber quem tinha autorizado a aterragem desse avião? Porque não vindo ordens da parte do governo, fomos perguntar à Presidência da Republica quem autorizou, disseram-nos que não foram eles, fomos ter com os militares, tive duas horas de conversa com o Chefe de Estado-maior na altura, nada confirmamos com todos os ministérios afetos, se a ordem não partiu deles, e nada.

Todos diziam que não sabiam quem autorizou. Foi daí que pedimos a intervenção do ministério público, que decretou de imediato a detenção do aparelho e, do funcionário de serviço na ‘torre de controlo’ nesse dia. Mas mesmo assim não se conseguiu desvendar o mistério. Mas também não nos foi dado tempo. Pois como decidimos que faríamos tudo que tivesse ao nosso alcance, para desvendar o caso, fomos demitidos. Provavelmente foi o principal motivo ou melhor um dos elementos centrais para a nossa demissão enquanto executivo. Mas olha o avião está aí! Ora de onde veio esse avião e com quem trabalhavam? Todos os elementos que recolhemos desse processo, foi entregue ao Ministério Público, que é órgão competente e tem poderes para investigar e resolver situação dessa natureza. 

Por isso defendo (e fiz isso na ONU), que não há narcotraficantes propriamente dito, na Guiné-Bissau. Traficante mesmo, não há, existem sim, facilitadores no nosso país. Considero isso porque, do meu ponto de vista, para ser traficante isso obriga muitos mais meios, superiores daqueles que sabemos que existem, na Guiné-Bissau. Os facilitadores têm meios muito rudimentares, praticamente servem apenas de elementos para ajudar o trânsito da droga no território nacional. Agora se tivermos consciência clara de que existem os facilitadores, e tivermos provas de que utilizam o nosso país como plataforma de passagem da droga para a Europa, esses facilitadores devem responder na Justiça.

E para terminar, criou-se muitos boatos sobre um dos processos que herdamos enquanto governo, que se prende com a questão da guarda da droga no tesouro público. Sobre este assunto só tenho a dizer o seguinte: não nos foi entregue nada, nem documento nem provas, de como foi resolvido esse assunto.

O – Mas o seu antecessor, Aristides Gomes, numa entrevista feita a partir de Dakar, através duma Rádio em Bissau, afirma que tinha provas e documentos que comprovam que essa droga foi destruída, confirma isso?

M. D. C. - Não confirmo. Como não nos foi entregue nenhum documento que comprove isso, desde que estivemos no governo até sairmos não tivemos nenhuma resposta convincente em relação a esse assunto.

Mas acredito também que exista muita dramatização, desse fenómeno do Narcotráfico, com relação ao nosso país. Porque se olharmos todo o contexto da África Ocidental, nós estamos longe de sermos os campeões nessa matéria. É lamentável por vezes escutarmos alguns países e organizações a quererem responsabilizar à Guiné-Bissau, como o supermercado da zona. E isso não corresponde a verdade. O que tenho a dizer é que tudo não passa duma grande mentira. Atenção: porque todos sabemos que na Guiné passam gramas e nos outros países o que escutamos e lemos, são apreensões de toneladas e toneladas. Temos exemplos como aqui mesmo em Portugal, onde estamos, então quantas toneladas foram capturadas, não há muito tempo, no Algarve?

O – Então como é que nós podemos combater este fenómeno?

M.D.C. – Isso é uma questão de Justiça, temos que acabar com a impunidade no nosso país. Temos que criar instituições que concentrem nesta questão, e que fique claro para todos de que, quem for capturado, e tendo provas do seu envolvimento nesse negócio, não há outra saída, se não a prisão. Cada guineense deve ser responsabilizado perante o crime cometido. Nada de deixar que os processos demorem tempos intermináveis. É preciso também realizar um trabalho pedagógico e sério junto da nossa sociedade ou população em geral. Sobretudo mobilizar as Forças de Segurança e toda a classe castrense, no combate a esse fenómeno, até porque todos consideramos que são eles os volantes desse negócio, na Guiné-Bissau.

Mas também o que acontece maior parte das vezes é o seguinte – os políticos e algumas pessoas envolvem os militares nesses negócios, complicados, e depois deixam ‘batata quente’ na mão dos militares, dou um exemplo: repare nos fenómenos relacionados com a os casos em que num acontecimento recente, o próprio Zamora Induta, enquanto Chefe de Estado-maior, disse que “os militares já tinham feito a parte deles” e faltava os políticos intervirem e fazerem a parte deles. Então neste caso houve instruções da classe política aos militares para executarem algo. Portanto sobre este assunto, considero que a classe política é que deve ser responsabilizada. Porque em pleno século XXI, quem quiser ser ditador vai ter grande trabalho.

O – Mas então considera que é difícil fazer funcionar a Justiça, na Guiné-Bissau?

M.D.C. – Penso que a questão é fazer respeitar a Lei. Porque as pessoas têm que saber pagar pelos seus crimes. Mas também penso que um país em situação estável politicamente, consegue fazer funcionar melhor à Justiça. E é preciso uma forma de fazer funcionar a Justiça, conseguindo que ela seja célere, eficaz e acessível para as nossas populações. Mas o nível de vida do guineense e o nível da pobreza com que se depara a sociedade é um obstáculo à Justiça. Na Guiné-Bissau, vê-se normalmente que, quem tem grandes posses, consegue viver acima da Lei. Quase que podemos considerar que é uma sociedade em que se exerce a lei da Força.

Nota Ordidja: 

Sobre as fissuras existentes o ceio do partido PAIGC, que foi o último tema abordado nesta entrevista com o ex-primeiro-ministro, Dafá Cabi, prometemos publicar em som áudio, como está registado, sem nenhuma tradução como prometido.

Falta a terceira parte. Terá só assuntos relacionado com o partido libertador, PAICG.